domingo, 30 de novembro de 2008

Auto Avaliação sobre o Projeto de Aprendizagens Ceres Hartz


Nosso projeto de pesquisa no começo estava parado, não tínhamos idéia por onde começar, só depois que tivemos a aula presencial que compreendemos melhor a proposta. Pensávamos que éramos para elaborar um projeto para ser trabalhado com os alunos. Nossa o mapa conceitual foi super difícil de trabalhar, também como é difícil organizar os horários dos encontros. Mas foi bom trabalhar com o meu grupo todas se empenharam, contribuíram acredito que crescemos muito, pois aprendemos umas com as outras. O trabalho em grupo torna-se rico pelo fato de todos os integrantes interagirem e trocarem informações. Cada um tem um modo de pensar, e quando juntos colocamos essas formas diferentes de pensar, o trabalho terá um pouquinho de cada integrante, ficando mais detalhado e completo.
O trabalho em grupo, em situações de aprendizagem, não deve ser visto apenas como uma maneira de dividir tarefas, mas sim favorecer as aprendizagens de cada indivíduo a partir do trabalho coletivo
No início estávamos perdidas, não sabíamos por onde começar... Como o assunto era do meu interesse, procurei em vários sites informações sobre o assunto, aprendi bastante, e com o andamento do projeto tive uma melhor compreensão da proposta de trabalho.
Esta nova forma de trabalho amplia os recursos de busca, o aluno precisa aprender a trabalhar em grupo, compartilhar informações, também como organizamos nossa página facilitou nossa comunicação através dos fóruns de debates e registros em nosso diário de bordo.
Como trabalho no laboratório de informática propus um trabalho conjunto com as professoras de quarta, quinta e sexta-série, onde os alunos agruparam-se por assuntos de interesse, eles pesquisaram, criaram um filme, fizeram uma avaliação do grupo, individual e da proposta. Foi bastante produtivo, eles participaram, demonstraram bastante interesse. O que mais me chamou atenção foi que todos da escola inclusive a família foram envolvidos neste projeto. Produzimos um cd com as produções. Foi bastante trabalhoso porém obtivemos bons resultados, quero fazer também com as turmas de Ed.Inf à terceira série em uma escala de pesquisa menor. O aluno e professor juntos constroem informações e conhecimento.
Seu papel seria oportunizar as novas formas de ensinar e aprender, todos os envolvidos neste processo. As informações, o conhecimento e o saber são tecidos através das interações e trocas que os Projetos de Aprendizagem viabilizam, onde as experiências e conhecimentos anteriores de alunos e professore pelos confrontos pedagógicos ocorridos na busca de responder a "dúvidas temporárias" e "certezas provisórias", encontram-se enredados na construção da Aprendizagem, pelos nós da cooperação.
Procurei estar sempre interagindo com minhas colegas, participei dos fóruns.
Tudo que começa é difícil pelo fato de não termos vivenciado. Esse primeiro projeto pelo que percebi nos fóruns foi difícil para todas, pois nunca havíamos feito, porém agora que compreendemos melhor a proposta o próximo projeto terá um novo rumo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

TEMÁTICA: Diretrizes Curriculares



PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS

No ano de 2006 foi aprovada a Lei nº 11.274 que instituiu o EF de nove anos de duração, sendo que todas as crianças que obtiverem 6 anos completados ate o inicio do ano letivo deverão ser matriculados.
Para a realidade de nossa comunidade escolar/local esta LEI foi de muita valia, pois tornou esta mais inclusiva, cidadã e com qualidade social para todos, abrindo mais vagas, oportunizando a estas um tempo maior de convívio escolar e também melhores oportunidades de aprendizagem.
Também quero ressaltar algumas considerações sobre o avanço no primeiro ano do EF de nove anos:

O avanço escolar é, portanto, uma estratégia de progresso individual e continuo no crescimento de cada aluno. Alguns apresentam comportamentos desejados, antes que decorra um certo tempo previsto [...].isto acontece porque apresentam ritmo de aprendizagem diferentes, e este progresso não pode ser tolido, amarrado e espaços – tempo estanques.(Parecer CEED/Rs nº 740/1999,p.20-1)

O CME/SL em seu Parecer nº 001/2008 recomenda que a criança permaneça preferencialmente ao longo do 1º trimestre no 1 º ano a fim de possibilitar uma avaliação criteriosa que leve em conta todos os aspectos do processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança, o que implica conhecimento e respeito as suas características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas, bem como a responsabilidade com o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem no ano/serie no ano subseqüente.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Conforme o Eixo I estabelecido na I Conferência Municipal de Educação, que trata do acesso e construção de uma educação inclusiva, entendemos que a instituição de ensino tem função indispensável e insubstituível de sociabilizar, inserir, introduzir, interagir, promover, proporcionar e sensibilizar no processo de educação das pessoas, pois é um espaço privilegiado de formação do educando, porém estas articulações não cabem so a escola e sim a um grupo onde envolva as politicas publicas, particularmente com os responsáveis pela distribuiçao de recursos financeiros onde tenham programas de saúde, nutrição, bem estar familiar, trabalho e emprego, transportes, desporto e lazer.
No entanto inserir esses alunos nas escolas, sem que tenhamos antes pensado e discutido uma transformação pedagogica, estaremos distribuindo entre as turmas aprendizes apenas como figurantes , que além de injusto não corresponde ao que de fato seria uma escola inclusiva, então temos aqui na escola todo o cuidado de não oferecer ao aluno somente o espaço fisico, e sim garantirmos sua ativa participaçção em todas as atividades do processo ensino aprendizagem, principalmente na sala de aula.

Referência Bibliográfica
SILVA, Maria Beatriz Gomes da- Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental: Articulações e Interfaces com Educação Especial, Educação Indígena,
Educação Básica no Campo e Educação de Jovens e Adultos.1. OS SISTEMAS DE ENSINO E A ARTICULAÇÃO ENTRE AS DIRETRIZES CURRICULARES

sábado, 22 de novembro de 2008

Vínculo ao Tópico: Quais são os elementos fundamentais à gestão democrática escolar


“Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente.”
(Paulo Freire)
Democracia onde consiste em uma forma de organização da vida em sociedade que pressupõe participação e autonomia na educação com poderes reconhecidos na tomada de decisões onde professores, juntamente com os pais e funcionários vem construindo a gestão democrática na escola.
Hoje os processos de descentralização da gestão escolar representa uma das mais importantes tendencias dos recursos educacionais, processos que estão contribuindo para construção de uma escola democrática.
Trarei como exemplo minha escola enfocando o Administrativo, Pedagógico e Financeiro. O
processo de construção do Projeto Político Pedagógico realizou-se durante as reuniões pedagógicas da escola, ocorridas quinzenalmente. Desde o início do ano letivo as discussões a respeito do assunto fizeram parte desses encontros.
As discussões sobre os eixos que subsidiaram este Projeto foram realizadas de forma coletiva, em vários encontros, com a participação da comunidade escolar. A segunda fase de elaboração do Projeto consistiu na revisão do material realizada por uma comissão de professores.
A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica, e visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho dos educadores. (VIEGA, 1997, p. 18)
Diante da idéia de Viega (1997) podemos entender gestão democrática como um processo político através do qual as pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade, tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões. Outro fator importante para a sustentabilidade da escola é que a relação entre as pessoas é uma relação horizontal, ou seja, uma relação entre iguais.
É importante saber que, numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida. Mas precisa-se dialogar com os que pensam diferentes, e juntos, negociar. Para NAVARRO (2004, p.13) “a gestão democrática implica a efetivação de novos processos de organização e gestão baseados numa dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão.”
A consciência e a prática democrática precisam ser exercidas dentro da Escola, a fim de que toda sociedade possa saber colocar em prática sua cidadania de forma consciente, intervindo na realidade em que se vive, e assim transformá-la. A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de ações que desencadeiem a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional.
Para que isto ocorra no ambiente escolar, temos a PRETENSÃO de GRADATIVAMENTE implementar alguns mecanismos de participação, tais como: conselhos de classe participativos, grêmios estudantis e conselhos escolares, o que vai ao encontro do que foi estabelecido no Eixo III da I Conferência Municipal de Educação. Pois, todos estes instauram uma dinâmica que se efetiva como um processo de aprendizado político fundamental para construção de uma cultura de participação e de gestão democrática na escola e, conseqüentemente, para a instituição de uma nova cultura escolar.
A seguir serão apresentadas algumas estruturas que favorecem a gestão democrática nas escolas públicas municipais incluindo Círculo de Pais e Mestres, Conselho Administrativo Pedagógico, Conselho de Classe Participativo, Grêmios Estudantis, Conselhos Escolares, Escola Aberta e EVAM.
O círculo de Pais e Mestres (C.P.M) tem como objetivo contribuir com o processo educacional e a integração família-escola-comunidade. Representa uma tentativa de participação da família e da comunidade nos processos educativos que envolvem as crianças especialmente em sua vida escolar. Como a escola não tem autonomia de movimentar recursos financeiros diretamente, é através do C.P. M que recebe repasses do FNDE/MEC, Convênio com a Prefeitura Municipal e também por meio de contribuições espontâneas, eventos e promoções, projetos e doações de terceiros. O C.P. M para funcionar de maneira legitima, democrática, representativa tem que ter pessoas com o desejo de participar efetivamente, e contribuir para criar e reinventar a educação. A idéia principal da existência do Círculo de Pais e Mestres na escola é de provocar uma mudança radical, com cooperação, participação e decisão nos rumos da educação. Sendo assim não será só o filho, o único educando, mas sim toda a família, a comunidade escolar a se voltarem para a escola realizando uma transformação da sociedade.
Conselho escolar, a escola em todos os níveis e modalidades da educação básica tem como função social formar o cidadão, ou seja, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético e participativo. Por isso nossa escola que atualmente está baseando-se numa linha democrática participativa, onde todos os cidadãos, como sujeitos históricos conscientes, lutam pelos seus direitos legais, acompanham e controlam socialmente a execução desses direitos.
Para ocorrer essa democratização participativa pensamos na implantação dos Conselhos Escolares, com a intenção de toda a comunidade escolar participar e fazer valer seus direitos e deveres, democraticamente discutidos e definidos. Percebe-se que os Conselhos Escolares possuem papel decisivo na democratização da educação e da escola, pois reúnem diretores, professores, funcionários, estudantes, pais e outros representantes da comunidade para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola, que deve ser debatido e analisado dentro do contexto.
Conselho Admistrativo e Pedagógico CAP é um conselho que apóia a direção, supervisão, professores, alunos e funcionários da escola. Ajuda nas decisões administrativas e pedagógicas, podendo atuar paralelamente com a direção. É um órgão consultivo e dependendo do problema pode interferir.
Grêmio Estudantil: Diante da proposta pedagógica da escola que valoriza o aluno como um todo, o grêmio estudantil estimula a colaboração, a autonomia e a solidariedade dentro desta e na comunidade, já que todos estão participando da criação de uma cidadania ativa, consciente e responsável. Neste ano ocorreu a primeira eleição do Gremio Estudantil em nossa escola, onde os alunos participaram de palestras, reuniões agendadas por eles, bem como com a (ULE). No próximo ano terá outra eleição os alunos já estão montando as chapas, eles parecem bem mais participativos e autônomos.
Conselho de Classe Participativo a necessidade de se ter um conselho de classe participativo reforça-se quando se percebe que ainda existem escolas que os pais têm pouca oportunidade de encontrar os professores para participar, opinar, sugerir e ajudar nas decisões e estar por dentro da vida escolar de seu filho. E principalmente, acabar com o mito de que o conselho de classe era uma reunião de portas fechadas para falar dos alunos.
Com esta intenção nossa escola está gradativamente abrindo o conselho de classe para todos os educandos e pais, para poder buscar assim, uma maior participação da comunidade escolar e uma melhor produtividade destas reuniões. Pois o objetivo do conselho é promover a participação dos pais na escola, abrir espaço para que o diálogo entre escola e família aconteça.
É muito importante para a escola a presença dos pais no conselho, pois permite um melhor acompanhamento do filho, o conhecimento do trabalho dos professores, da situação do aluno e principalmente, porque é uma forma de integrá-los em outras atividades. Os pais quando trazidos para a escola ficam tímidos, porém quando tem uma boa receptividade por parte dos docentes conseguem falar de forma espontânea.
Estamos construindo uma escola democrática, sabemos que estamos dando nossos primeiros passos rumo a uma nova escola onde a tomada de decisão é descentralizada e participativa.

domingo, 16 de novembro de 2008

Semana : 13 e 14- Enfoque temático: Educação: políticas públicas e desigualdade no Brasil


“No Brasil, mais que em outros países do Sul, a escola constitui um produto social desigualmente distribuído. Seu acesso é modulado não apenas por múltiplos padrões distintivos (categoria socioeconômica, sexo, etnicidade, local de residência…), como também pelo tipo de rede escolar freqüentado (pública, particular). Este artigo analisa a constituição histórica e progressiva de uma escolarização em várias velocidades. O discurso político republicano, que insiste sobre a função homogeneizadora e igualitária da escola que socializa em comum e fabrica cidadãos iguais, foi se esvaziando progressivamente de sua substância. A heterogeneidade provocada pela atual fragmentação do sistema escolar brasileiro em várias redes reproduz, acentuando-as, as desigualdades sociais e compromete de modo durável o desenvolvimento econômico e social desse país”. (Akkari, 2001)
Hoje as escolas privadas oferecem desde a Educação Infantil, um currículo com atividades e disciplinas que não temos em nossas escolas como por exemplo língua estrangeira. Nas escolas estaduais e municipais os alunos só aprenderão na quinta-série, ficando em desvantagem. Sabemos também que existe uma cobrança maior no que se refere a qualidade no ensino, os professores não qualificados são demitidos, eles procuram estar sempre em cursos de formação continuada, possuem graduação ( concluída ou em curso), fazem Pós graduação e Mestrado, estão sempre em constante formação. E o que vemos em nossas escolas ( estaduais principalmente), professores estaguinados, muitos só com o curso do magistério, como são concursados não correm o risco de perderem seus empregos. O baixo salário é um dos fatores que faz com que os professores fiquem desestimulados a continuarem na profissão.
“Liberados da função reguladora do Estado, os consumidores da educação correm o risco de descobrir tardiamente que a mão invisível do mercado não pode ser culpada pelos defeitos e fracassos da privatização, simplesmente, porque ela não pode ser localizada. Os espaços públicos democráticos que a podem denunciar não existem e não podem ser acionados por falta de mobilização popular suficiente. Quando as noções de qualidade (de falta de qualidade, no caso da escola pública!), e até de qualidade total substituem os conceitos de desigualdade estrutural e de injustiça social no debate, a reprodução das desigualdades sociais por um sistema educativo de várias redes encontra-se amplamente facilitada e praticamente legitimada. A falta de qualidade do ensino público é apresentada de maneira recorrente para explicar as dificuldades da rede pública brasileira. Ora, a falta de qualidade de uma organização é freqüentemente explicada pela falta de qualidade de seus atores: alunos, docentes, administradores e pais. As falhas são assim atribuídas às inaptidões individuais. As determinantes sociais e culturais são completamente evacuadas.”( Akkari, pág 174-2001)
Nas nas escolas estaduais, há falta e troca de professores em todas as disciplinas, paralisações dos professores, os alunos ficam de desvantagens na aprendizagem escolar como pode ele concorrer com um aluno de escola particular?
“Os Estados, as regiões e os indivíduos favorecidos devem participar de uma maneira ou de outra da educação dos mais pobres. Essa solidariedade é uma condição necessária para começar a se falar em cidadania. Mais do que nunca, o Estado deve estar presente na organização do sistema de educação. Não se trata de implementar mais dirigismo burocrático, mas de balizar uma verdadeira solidariedade cidadã”. (Akkari, pág 186-2001)
No município em que trabalho é oferecido um auxílio universidade e cursos de formação, para que os profissionais estejam em constante atualização. Em minha escola a coordenadora pedagógica auxilia o professor a criar estratégias para trabalhar com alunos com dificuldades na aprendizagem, planejamento. Oferecemos no contra-turno aulas de estudos de recuperação, temos um laboratório de informática, biblioteca, projeto de artes. Hoje em nossa escola há um índice baixo de reprovação e evasão escolar.
É urgente uma reformulação das políticas educacionais, é preciso mais investimento em educação, sair do papel e ser colocado em prática. Sabemos que os profissionais em educação encontram-se anos nessa caminhada em busca de uma melhor qualidade de trabalho, de um salário digno, mais cursos de formação continuada ( o estado oferece poucos cursos gratuitos).
“Contudo, não é pertinente deixar a mão invisível do mercado substituir- se aos poderes públicos. O Estado deve, portanto, ser o verdadeiro regulador e garante do conjunto do sistema educativo. Assim, é vão empreender uma reforma da rede pública sem fixar novas regras do jogo para o privado ou sem uma reflexão sobre a educação informal e a formação profissional”. (Akkari pág 186-2001)
Referência Bibliográfica:
AKKARI, A. J. Desigualdades educativas estruturais no Brasil: entre Estado, privatização e descentralização. In Educação e Sociedade, ano XXII, n.74, abril 2001. p. 163 – 189.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Reflexão Individual sobre o trabalho com Projetos

Nosso projeto de pesquisa no começo estava parado, não tínhamos idéia por onde começar, só depois que tivemos a aula presencial que compreendemos melhor a proposta. Pensávamos que éramos para elaborar um projeto para ser trabalhado com os alunos. Nossa o mapa conceitual foi super difícil de trabalhar, também como é difícil organizar os horários dos encontros. Mas foi bom trabalhar com o meu grupo todas se empenharam, contribuíram acredito que crescemos muito, pois aprendemos umas com as outras. O trabalho em grupo torna-se rico pelo fato de todos os integrantes interagirem e trocarem informações. Cada um tem um modo de pensar, e quando juntos colocamos essas formas diferentes de pensar, o trabalho terá um pouquinho de cada integrante, ficando mais detalhado e completo. Tudo que começa é difícil pelo fato de não termos vivenciado. Esse primeiro projeto pelo que percebi nos fóruns foi difícil para todas, pois nunca havíamos feito, porém agora que compreendemos melhor a proposta o próximo projeto terá um novo rumo. O trabalho em grupo, em situações de aprendizagem, não deve ser visto apenas como uma maneira de dividir tarefas, mas sim favorecer as aprendizagens de cada indivíduo a partir do trabalho coletivo.

domingo, 2 de novembro de 2008

Projeto de psicologia/ Tema: Adulto Jovem: Intimidade x Isolamento


Grupo: Ceres, Patrícia Ferreira e Thais
Síntese Conclusiva do Grupo:
Segundo Erickson, desenvolver relacionamentos íntimos é uma tarefa crucial para um adulto jovem, onde, tradicionalmente é neste período que as pessoas formam relacionamentos que podem se estender pela maior parte de suas vidas, baseados em amizade, amor, sexualidade e intimidade. Nesta fase é comum uma necessidade de se pertencer, firmar um relacionamento estável, íntimo e amoroso, motivando o comportamento humano, a qual afeta a mente, o corpo e o estado de espírito.
Mas nem sempre nesta fase da vida podemos encontrar esta estabilidade nos relacionamentos afetivos, o que acabam desencadeando conflitos, instabilidade emocional e comportamental no adulto jovem de hoje. Os fatores que levam a isso são os mais diversos.
Com o passar dos anos nossa cultura, sociedade, economia e valores modificaram-se muito. O jovem, que antigamente era considerado adulto no momento que necessitava relacionar-se, assumindo compromisso, adquirindo uma postura de chefe de família, para então ser independente e responsável pelos próprios atos, hoje se vê mais a necessidade material, cultural e a comodidade emocional, como um escape para o amadurecimento. A própria sociedade e mudanças de valores, perpetuaram essa modificação, o jovem de antes que para ter intimidade sexual, necessitava de instituir uma família, hoje, já não precisa mais disto para fazê-lo. A cultura, a cobrança social diminuiu de tamanha forma, que o jovem não necessita mais se se apegar emocionalmente para ter relação sexual. Essa facilidade evoluiu tanto, que acarretou outros problemas graves para essa fase e também na fase da adolescência, já que aumentaram os casos de gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, mudanças de comportamento, instabilidade e irresponsabilidade financeira, emocional e falta de vontade de estabelecer-se como independente. É comum hoje, vermos pais morando com filhos de trinta anos, que ainda inseguros, não conseguem assumir suas próprias vidas, ou jovens de 20 anos que já tem um ou mais filhos e que ainda moram com seus pais por não conseguirem criarem estes, por falta de independência financeira, ou emocional. Ou seja, o jovem de hoje diminuiu e muito sua necessidade de independência, talvez, pela própria falta de cobrança da sociedade e por falta de amadurecimento.
O que também acarretou muito esta mudança desenfreada de personalidade do adulto jovem foi a mídia. Ela impõe padrões, desperta desejo e busca desde a adolescência uma “cultuação” com o corpo, consumismo e preconceitos baseados em moldes sociais, que refletem muito na personalidade de nossos jovens. Adolescentes que a cada dia amadurecem mais cedo serão, aqueles adultos jovens, que não concluirão por inteiro suas etapas em sua fase. Jovens bulêmicas, que apenas pensam em satisfazer uma aquisição de um padrão estético perfeito, jovens que começam a trabalhar desde cedo, sem preocupação de adquirir uma posição na sociedade, mas apenas ter condições de financiar uma estética, padrão de beleza e de moda. Ou aquelas que tiveram que exercem a função de mães e chefes de família, devido a falta de responsabilidade ou de amadurecimento emocional, exemplificam bem esta mudança.
Outro fator que tem mostrado muitos aspectos que desencadearam mudanças bruscas na personalidade dos adultos jovens é o uso de drogas, álcool e direção perigosa. O desejo de mostrar uma posição de força e capacidade incondicional, que levam apenas a uma triste realidade, muitas vezes sem volta. O fato é que sem rumo em sua vida, sem conseguir suprir seus desejos íntimos de estabilidade emocional, afetivo e sexual, o jovem transfere impulsos para outros mecanismos, como uma forma de defesa e de estornar estes desejos reprimidos.
Não é que o jovem de hoje, não possua mais aquela personalidade de necessitar de intimidade e estabilidade emocional, mas sim a sociedade colocou obstáculos para que ele consiga suprir suas necessidades. As cobranças são variáveis, desde da parte econômica, onde o jovem precisa trabalhar para ajudar os pais e não consegue adquirir sua própria independência, devido a falta de condições e estabilidades sociais em que vivemos, ou trabalha desde cedo, mas apenas consegue manter o padrão imposto pela sociedade capitalista e consumista a qual estamos submetidos, não conseguindo estabilizar-se entre a independência e a responsabilidade econômica, precisando ainda do apoio da família para ampará-lo materialmente.
A visão sobre relação afetiva também sofreu mudanças de classificação na sociedade. A desvalorização do casamento, da família, a liberdade sexual, fez com que o jovem perdesse a motivação e o desejo em valorizar seus sentimentos, deixando-os de lado e tornando-se mais superficial. Para suprir, ele colocou em seu lugar os padrões impostos pela sociedade, aonde vão desde a valorização profissional, material, social, sexual, até mesmo o desprendimento entre a razão e a ousadia, que o levam a atos muito mais perigosos para sua saúde e vida.
O fato é que o jovem de hoje, é um reflexo da nossa sociedade. Ele está reprimindo seus desejos, para atender os padrões sociais. Os adolescentes estão amadurecendo mais cedo, mas nossos adultos estão amadurecendo mais tarde, como uma forma de resgate das fases que foram deixadas de lado na adolescência. O jovem tem deixado de lado o desejo de intimidade e de estabilidade de relação emocional, não por não querer, mas pelo não conseguir, devido às cobranças impostas pela sociedade. O reflexo disso tem desencadeado muitos transtornos em sua personalidade, em sua conduta, criando uma postura diferenciada do que de fato ele deveria possuir conforme a fase em que está estabelecido.
Acredita-se que para que o jovem consiga deixar o isolamento em que vem estado devido à falta de estabilidade emocional, seria isto possível através uma revisão da sociedade da valorização de princípios éticos e morais. Uma valorização da figura humana, onde se estabeleça a necessidade física em primeiro lugar, deixando as estética e cultura em segundo plano. Uma aproximação do que de fato é necessário para que o ser humano seja feliz emocionalmente, este conseguindo expor desejos, não os deixando reprimidos por medo de preconceito ou desrespeito social.

Trabalho em grupo

No início estávamos perdidas, não sabíamos por onde começar... Demorou para o grupo engrenar. Depois que tivemos a primeira aula presencial, o trabalho foi criando forma, tiramos as dúvidas, o grupo começou a participar ativamente no projeto, trocamos e-mail, falamos no Msn, nos encontramos no Polo. O trabalho foi concluido. É bastante difícil a comunicação quando o grupo é formado por vários integrantes, porém fica com mais dados e informações pois são várias pesquisando o mesmo assunto.

Projeto de Aprendizagem


Questões Iniciais:
Que atitudes pode ter o homem para amenizar o efeito estufa?
Quais as conseqüências do efeito estufa no nosso planeta?
Quais as principais conseqüências do aquecimento global?
Gostaria de saber, aprender mais sobre o meio ambiente: quais são os efeitos do aquecimento global? o que podemos fazer para minimizar esses efeitos?
Questão de Investigação:
O que é o efeito estufa e o que se pode fazer para amenizá-lo?
CERTEZAS PROVISÓRIAS:
1)Com o aumento da população, aumentará a produção de carros, aumentando os gases poluentes.
2)O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre.
3)Está modificando o ciclo da natureza ( calor de 30 graus em pleno inverno, desastres ambientais, etc.)
4)Estão aumentando as doenças respiratórias.
5)O efeito estufa natural é necessário para termos vida na terra.
DÚVIDAS TEMPORÁRIAS:
1)Que outras doenças, além de doenças respiratórias, traz para a saúde a emissão destes gases que aumentam o efeito estufa?
2)É possível amenizar e reverter o efeito estufa?
3)O efeito estufa é tão grave quanto a mídia nos informa?
4)Quais os danos para o homem, se continuar o aumento gradual da temperatura global?
5)Quais os efeitos deste aquecimento para as geleiras?
6)Quais as conseqüências do efeito estufa, para a fauna e a flora?
7) Que gases aumentam o efeito estufa?
8)Quais são os poluentes atmosféricos?
9) O nosso país está fazendo alguma coisa para amenizar o efeito estufa?
Concluindo o Trabalho sobre Efeito Estufa:
Ao contrário do que se pensa, o efeito estufa acontece para preservar o planeta. É a forma que a Terra tem de manter sua temperatura constante. Desta forma é possível a vida na terra. O problema é que, ao lançar muitos gases do efeito estufa(GEEs) na atmosfera, o planeta se torna quente cada vez mais, podendo levar à extinção da vida na Terra. Cerca de 35% da radiação que recebemos é refletida para o espaço, ficando os outros 65% retidos na Terra. Efeito estufa é retenção de calor no planeta devido à concentração de gases como o dióxido de carbono, metano, óxidos de azoto e ozônio. O que causa danos ao meio ambiente é quando há intensificação desses gases, causada por ações da natureza e agravadas pelo homem. Boa parte dos gases que impedem a dispersão dos raios solares vem da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e derivados) ou de florestas ( ao desmatar, muitas pessoas queimam a madeira que não tem valor comercial. O gás carbônico (CO2) contido na fumaça sobe para a atmosfera e se acumula a outros gases aumentando o efeito estufa. No Brasil, 75% das emissões são provenientes do desmatamento). Contudo, a própria natureza libera esses agentes, como o metano (CH4), que é proveniente da decomposição animal ou vegetal.
Nos últimos 150 anos, o ser humano descobriu como trabalhar com a ajuda das máquinas, como o automóvel e as caldeiras nas indústrias. Para fazer as máquinas funcionarem, começou a extrair carvão e petróleo para transformá-los em combustíveis. Acontece que a queima dos combustíveis provoca a emissão de gases poluentes em excesso. Nos últimos anos, a concentração de gás carbônico na atmosfera vem aumentando rapidamente. Quando um automóvel queima gasolina, um dos principais gases que saem do escapamento é o gás carbônico, que aumenta o efeito estufa natural do nosso planeta. Das chaminés das fábricas também são emitido gás carbônico, derivado da queima de combustíveis fósseis como o carvão, gás natural e petróleo.
Os setores industriais com uso mais intensivo de energia são os de produção de aço e ferro, a indústria química e de fertilizantes, produção de alumínio, fundição de metais, refinamento de petróleo, minerais, celulose e papel, os quais respondem por, aproximadamente, 85% do total das emissões de gás carbônico no mundo. Muitas indústrias já fazem uso de tcnologias modernas para a redução de emissões de poluentes, entre eles, os gases de efeito estufa. entretanto, ainda existem indústrias antigas que necessitam aprimorar seu processo de eficiência energética.
Outro gás de efeito estufa é o metano, emitido por vacas e bois em seu processo digestivo. Como o planeta é responsável por um grande consumo de alimentos derivados destes animais, a emissão destes gases fica quase que inevitável. O metano também está presente nos pântanos e áreas alagadas, por isso o cultivo do arroz também é responsável por uma grande quantidade de liberação deste gás. Na agricultura percebe-se uma grande quantidade de liberação de gases de efeito estufa, principalmente quando adiciona-se fertilizantes para aumentar a produção. Nestes fertilizantes encontramos grande quantidade de nitrogênio, que acabam liberando gases nitrosos, que é outro gás de efeito estufa. As queimadas são outra fonte responsável de liberação de gás de efeito estufa, por isso o Brasil deve se esforçar ao máximo pela preservação da Floresta Amazônica, ou pelo que ainda restou dela, com isso além de preservarmos uma grande fonte de riquezas naturais, também vamos estar diminuindo a quantidade de gases em nossa atmosfera. DE 2004 a 2006, observou-se uma queda acentuada da taxa de desmatamento na Amazônia, de mais de 50% correspondendo a uma redução de quase meio milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), gás que é o principal responsável pelo aquecimento global do planeta. Segundo informações do MMA, a redução do desmatamento evitou, nesse período, a emissão de cerca de 430 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. A diminuição do desmatamento na Amazônia Legal permitiu que o Brasil ficasse em oitavo lugar na lista dos países que mais lutam contra as mudanças climáticas, entre as 56 nações mais poluentes do planeta.
O fato é que a principal causa do aumento do efeito estufa é o alto consumo de produtos industrializados, o uso inadequado de máquinas, veículos e outros mecanismo que funcionam a base de combustíveis fósseis e a depredação de nossa natureza. É importante que a humanidade reduza a emissão destes gases de efeito estufa rapidamente, para que possamos utilizar os recursos naturais de nosso planeta de uma forma sustentável, ou seja, gerando benefícios para nossas vidas e não visando apenas o capitalismo, como é o que vem ocorrendo. Para isso é necessário que utilizemos mais energia proveniente da radiação solar e aeólica, que não produzem tantos gases nocivos. Os biocombustíveis também são uma forma de diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Mas a produção de tudo que consumimos é proveniente de energia. Esse consumo em geral é necessário que seja diminuido de um modo significativo, para que assim tenhamos uma diminuição considerável. O setor energético é responsável por 23% de emissões de CO2 no Brasil. O fato é que devemos nos conscientizar que é necessário para a vida de nosso planeta a diminuição do consumo excessivo e desnecessário.
Cuidar da saúde de nosso planeta é preservar o meio ambiente de um modo sadio e utilizar energia e recursos naturais de uma maneira inteligente e consciente. Cada um de nós pode fazer parte disso com ações simples, como não disperdiçar água, alimentos, produtos gerais de consumo, utilizar de mecanismos voltados a reciclagem,diminuir o desmatamento, incentivar o uso de energias renováveis, melhorar o transporte público, assim é possível iniciarmos uma diminuição considerável. Alguns países preocupados com esse aumento no efeito estufa, reuniram-se formando um acordo, denominado "Protocolo de Kyoto" visando a redução dos cinco gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa, além do gás carbônico, que são: metano, óxido nitroso e três gases a base de flúor. A redução firmada neste acordo, seria de 5%, que consistiria na alteração de sistema de transportes,(em todo o mundo o número de veículos automotores individuais cresce a proporções significativas enquanto que os investimentos em transportes públicos de qualidade não acompanham tal tendência. Nesse sentido, a perspectiva de majoração de emissões pelo setor de transporte que utiliza, basicamente , combustíveis fósseis e que já ocupa a segunda posição em termos de emissões globais de gases de Efeito Estufa é preocupante), de uso de energia desnecessária e o consumo abusivo de produtos industrializado e de recursos naturais. O ruim é saber é que nem todos paises estão colaborando com esse acordo, colocando em prática estas ações.
O tempo está passando e a situação está cada vez mais se agravando. Dados têm mostrado que a diminuição proposta pelo acordo internacional, já não é mais suficiente para garantir a segurança do nosso planeta. Isso porque os oceanos já não têm mais conseguido absorver o gás carbônico presente em nossa atmosfera e o solo ainda tem liberado mais e mais. Com isso a previsão para nosso futuro é de possíveis impactos ambientais e climáticos, como o aumento da temperatura média em nosso planeta em cerca de três à sete graus centígrados. Aumento das chuvas, o descongelamento das geleiras, sem contar nas mudanças em fenômenos naturais. Se observarmos ao nosso redor já vamos identificar essas mudanças climáticas, desde a mudança das características das estações do ano, até desastres ambientais que vêm ocorrendo ao nosso redor, como são os casos dos alagamentos, tempestades de neve e estiagens longas. Uma das piores conseqüências previstas no longo prazo é a expansão de doenças tropicais - como malária, dengue, febre amarela, cólera, salmoneloses, leishmaniose, leptospirose e infecção por hantavírus - para regiões temperadas, sem contar as doenças respiratórias.
Na saúde os efeitos das mudanças climáticas se farão sentir por três mecanismos distintos que , de alguma forma, implicarão em mudanças nas condições ambientais, afetando as condições sociais, entre elas o sistema de saúde. Os impactos na saúde poderão ocorrer por meio de exposições diretas (desastres e catástrofes naturais); exposições indiretas (alterações na produção de alimentos e na dinâmica de vetores) e rupturas sócio-econômicas.
As conseqüências das mudanças ocorridas no clima poderão alterar o estado de saúde de milhões de pessoas, afetando de forma negativa, principalmente, aquelas com baixa capacidade de adaptação e resposta aos impactos.
No Brasil, podem ser identificados os seguintes efeitos: aumento da desnutrição, com implicações no crescimento e desenvolvimento infantil; aumento de mortes, doenças e ferimentos por causa das ondas de calor, inundações, tempestades, incêndios e secas; aumento das conseqüências negativas da diarréia; aumento da freqüência das doenças cardio-respiratórias em decorrência do aumento da concentração de ozônio na baixa atmosfera; alteração da distribuição espacial de vetores de doenças infecciosas, com aumento da incidência de malária e dengue; aumento da região afetada pela seca bem como a sua intensidade, prejudicando ainda mais a disponibilidade hídrica; aumento do risco de fome, já que a produção de alimentos poderá ser significativamente prejudicada.
O sistema climático e os recursos hídricos estão complexamente interconectados, de modo que, a alteração em um dos sistemas implica modificação no outro. Estudos realizados demonstram que a demanda por água tende a aumentar enquanto a disponibilidade hídrica, principalmente nas regiões de baixas latitudes, tende a diminuir.
Mostram ainda, que, com vazões mais baixas e temperaturas da água mais elevadas, os efeitos da poluição, nos corpos hídricos, serão intensificados, reduzindo ainda mais a disponibilidade hídrica.
Com a alteração da temperatura atmosférica e oceânica, está prevista a potencialização dos eventos hidrológicos críticos, como chuvas mais intensas em determinadas regiões e secas mais prolongadas em áreas já castigadas pela escassez hídrica. As populações mais atingidas pelas variações climáticas, serão as de menor renda e nível educacional. Segundo o IPPC, um aumento de 3,5%C na temperatura pode levar a uma perda de 30% de áreas úmidas co9steiras, como pântanos, além de afetar milhões de pessoas por enchente e inundações. A implantação de medidas às mudanças climáticas nas áreas urbanas é essencial para garantir a qualidade de vida, para as presente e próximas gerações, tendo em vista a crescente aglomeração urbana. As variações climáticas devem ser consideradas no planejamento urbano, permitindo prever e evitar a convergência de zonas habitadas com áreas que apresentem riscos como o de deslizamentos.
As mudanças climáticas, principalmente pelos aumentos de temperatura, já estão afetando e podem causar impactos bastante intensos nos ecossistemas naturais, causando a destruição ou a degradação do habitat e a perda permanente da produtividade, ameaçando tanto a biodiversidade como o bem estar humano. Em relação aos ecossistemas naturais, os dados do 4º relatório de avaliação do IPCC projetam que até meados do século, os aumentos de temperatura e as correspondentes reduções da água no solo, devem fazer com que porções da floresta tropical na Amazônia se tornem área de cerrado, um processo conhecido como “savanização”, no leste da Amazônia. Além da Amazônia, outros ecossistemas como o Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga poderiam ser comprometidos devido ao aumento das temperaturas e mudanças nos regimes de chuvas, tanto em volume como em distribuição. No caso da Caatinga, por exemplo, num cenário pessimista, o clima poderia mudar de semi-árido para árido e a Caatinga seria substituída por um tipo de semi deserto com vegetação do tipo cactácea. A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, e abriga uma flora e fauna únicas, com muitas espécies endêmicas. Há um risco de perda significativa de biodiversidade por causa da extinção de espécies. Contudo nosso grupo chegou a conclusão que esse problema é serio, estamos vivenciando uma crise ambiental nunca vista na história e terá conseqüências desastrosas para o nosso futuro, a única saída é conscientização urgente por parte não apenas das autoridades, mas da população mundial em geral, uma alteração profunda nos modos de produção e consumo, mudando os padrões sobre os quais se estruturam as relações econômicas, sociais, ambientais, culturais, éticas e outras para que possamos construir e vivenciar sociedades sustentáveis. O futuro do planeta corre um grande risco!
A industrialização acelerada e a emissão de poluentes no ar são os grandes vilões da liberação de gases como o dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O) e compostos de clorofluorcarbono (CFC), e o conseqüente aumento de suas concentrações na atmosfera. Apesar disso, o desmatamento de florestas também compromete a dissipação de calor, pois as árvores absorvem dióxido de carbono.
O derretimento das camadas polares é uma das conseqüências mais preocupantes do fenômeno, já que o agravamento do problema pode elevar o nível do mar e fazer desaparecer as ilhas e terrenos de baixa altitude. Outros prejuízos são as alterações climáticas, que provocam tempestades ou estiagens. Cientistas afirmam que, em alguns séculos, o efeito estufa pode mudar a vida no planeta.
De acordo com um levantamento realizado pela Noaa (Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera, na sigla em inglês), órgão do governo americano, a emissão de gases de efeito estufa aumentou cerca de 1,25% no mundo entre 2004 e 2005.
O problema do aumento dos gases estufa e sua influência no aquecimento global, tem colocado em confronto forças sociais que não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente científico. Alinham-se, de um lado, os defensores das causas antropogênicas como principais responsáveis pelo aquecimento acelerado do planeta.
A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais eanimais. As florestas tropicais tem uma enorme biodiversidade e um incalculável valor para as futuras gerações. Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o risco de serem destruídas antes mesmo de conhecidas e estudadas. Esse patrimônio genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e etnocídio que tem levado à perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos.

Semana : 11 e 12 /Enfoque temático: Trabalho docente

Enfoque temático: Trabalho docente
Entrei para o curso de Pedagogia pois esta profissão sempre me fascinou. O poder que o professor exerce em sua turma, o fascínio, o carinho, a admiração que os alunos demonstram por seu mestre. Estou trabalhando com educação aproximadamente dez anos, a cada ano me deparo com novos desafios, cabeças diferentes, objetivos e metas a serem traçados.
“ Na medida em que um dos objetivos do professor é criar condições que possibilitem a aprendizagem de conhecimentos pelos alunos, num contexto de interação com eles, a gestão da matéria torna-se um verdadeiro desafio pedagógico.” (G.H. Mead 1982).
"O problema principal do trabalho docente consiste em interagir com alunos que são todos diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, em atingir objetivos próprios a uma organização de massa baseada em padrões gerais". (p. 24).
Concordo, é um desafio planejar e traçar objetivos para uma mesma turma em etapas e desenvolvimento cognitivo diferente, como fazer com que todos aprendam de forma significativa? Como envolve-los pelo o assunto trabalhado? O professor precisa motivar a turma antes de abordar o assunto, pois a motivação desperta a curiosidade o interesse sobre o tema, procurar despertar neles a curiosidade em aprender. Quando o assunto for abordado eles olharão com outros olhos. Precisamos dominar bem a matéria a ser trabalhada, adapta-la conforme a realidade dos alunos para que eles possam ter uma boa compreensão.
A realidade da comunidade onde trabalho é bastante triste e difícil, muitos de meus alunos não realizam refeições básicas diárias, sentem frio, é carente em afeto e atenção, seus pais trabalham muito para ganhar pouco, possuem em média cinco filhos e suas moradias são precárias. Como fazer com que meus alunos queiram vir para a escola e queiram aprender, se lhes faltam o essencial para viver? Procuro motivar meus alunos, fazer com que eles sentem-se acolhidos, queridos, dou liberdade porém cobro limites, trabalhamos com regras e responsabilidades. Muitos pais não procuram saber com o filho esta indo, seus progressos e dificuldades a superar, geralmente são os alunos com baixo rendimento escolar. Procuro fazer o meu melhor, dar boas aulas, dar um atendimento individualizado para que ele possa superar suas dificuldades.
“ O problema principal do trabalho docente consiste em interagir com alunos que são todos diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, em atingir objetivos próprios a uma organização de massa baseada em padrões gerais. Embora trabalhe em grupos, o professor deve agir sobre os indivíduos”( Messeing et alli, 1995).
Um profissional do ensino, guiado por uma ética do trabalho é confrontado diariamente com problemas para os quais não existem receitas prontas. Trabalhamos com vidas, o que diferencia das outras profissões, aumentando ainda mais nossa responsabilidade em educar com seriedade, preparando este para atuar em uma sociedade competitiva, onde possa exercer seu direito como cidadão atuante e crítico.

domingo, 26 de outubro de 2008

Projeto Político Pedagógico e Regimento escolar -Construção de uma escola pública democrática

Qual é o Papel Social da Escola?
A escola é responsável pela promoção do desenvolvimento do cidadão, no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a sua visão de sociedade. Cabe-lhe também a incumbência de definir as mudanças que julga necessário fazer nessa sociedade, através das mãos do cidadão que irá formar.
Quando a escola assume a responsabilidade de atuar na transformação e na busca do desenvolvimento social, seus agentes devem empenhar-se na elaboração de
uma proposta para a realização desse objetivo. Essa proposta ganha força na
construção de um projeto político-pedagógico.
Projeto Político-Pedagógico: Para Que Serve e a Quem Serve?
Um projeto político - pedagógico ultrapassa a mera elaboração de planos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas:
"O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária.
(...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da
intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável,
compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações
educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade." (Veiga, 1995)
O projeto político-pedagógico é o fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. É, antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo.
A construção do Plano PPP da nossa escola iniciou em 2002 e todos os anos ele é revisto e modificado. O processo de construção do Projeto Político Pedagógico realizou-se durante as reuniões pedagógicas da escola, ocorridas quinzenalmente, tendo sempre em mente o diagnóstico sobre a realidade da comunidade. Desde o início do ano letivo as discussões a respeito do assunto fizeram parte desses encontros.
As discussões sobre os eixos que subsidiaram este Projeto foram realizadas de forma coletiva, em vários encontros, com a participação da comunidade escolar. A segunda fase de elaboração do Projeto consistiu na revisão do material realizada por uma comissão de professores.
Nosso objetivo maior esta em proporcionar uma escola que respeite a criança em suas individualidades e ofereça condições para que ela possa ter auto-conhecimento e autonomia. Nesse sentido, nossa preocupação é com a educação do homem e não apenas da pessoa em situação escolar, numa instituição de ensino.
O aluno passa a ter parte da responsabilidade na sua educação e essa terá como prioridade a criação de condições que facilitem a aprendizagem pessoal. Nosso entendimento é de que o sujeito se constrói num processo contínuo, ligando-se a outras pessoas e grupos, é um ser inacabado que constrói a realidade e por essa é construído. É na interação com a realidade que se dá a sua construção, sempre buscando o convívio possível, a comunicação e o agir em comum, respeitando as diversidades que são características fundamentais da realidade.
No PPP consta todo plano de ação( desempenhado por todos os segmentos da escola) a ser realizado durante todo o ano letivo. Dados de identificação, Histórico, proposta pedagógica, planejamento por turma, hino da escola, conselho de classe.
O Regimento Escolar é um instrumento fundamental para a organização pedagógica e administrativa em nossas escolas. Nele evidenciam-se o compromisso dos profissionais que vivenciam a realidade escolar e as peculiaridades da rede pública de ensino, colaborando para o êxito do trabalho escolar, com o compromisso de oferecer uma educação que valorize a permanência e a efetivação da aprendizagem do aluno.
Toda organização deve possuir um conjunto de normas e regras que regulem a sua atividade traduzida em um documento que esteja disponível para a consulta de toda a comunidade escolar. O processo de construção do Regimento Escolar propicia o aperfeiçoamento da qualidade da educação, ao definir a responsabilidade de cada um dos segmentos que compõem a instituição escolar, e ao buscar garantir o cumprimento de direitos e deveres da comunidade escolar.
Regimento Escolar é o documento que normatiza o processo de trabalho pedagógico no estabelecimento de ensino.
Identifica a escola porque apresenta seus princípios filosóficos e descreve sua organização didático-pedagógica, administrativa e disciplinar.

Módulo 4 - Financiamento da Educação


Informativo: Conselho Municipal de Alimentação Escolar
Nome do Município: São Leopoldo_RS
Nome do Conselho selecionado: Fabiane Bitello (Presidenta do CAE/SL)
Atribuições do Conselho: Deliberativo, fiscalizador, de assessoramento e articulação, vinculado à Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer.
Número de membros que integram o Conselho:São 7 membros titulares e seus respectivos suplentes.
Forma de escolha dos conselheiros:Com exceção dos representantes do Executivo e da Câmara, os demais são eleitos por seus pares através de assembléia específica para tal fim.
Forma como o Conselho divulga os resultados do trabalho para a comunidade educacional:Bom, o CAE/SL não possui um informativo próprio, logo nossos trabalhos são expostos na página oficial da Prefeitura de São Leopoldo e temos a abertura total de nos dirigirmos diretamente às comunidades escolares de nossa rede municipal.
Valor gasto pelo Município com cada aluno/diariamente:O valor gasto por aluno no ano de 2007, a partir da prestação de contas entregue em fevereiro de 2008, foi de R$ 0,29 para o Programa Nacional de Alimentação Escolar para o Ensino Fundamental (PNAE) e de R$ 0,14 para o Programa Nacional de Alimentação para Creches (PNAC). No ano de 2008, até o momento, está sendo aplicado R$ 0,22 tanto no PNAE quanto pelo PNAC.
Número de alunos atendidos pelo programa da merenda escolar em São Leopoldo:No ano de 2007, a partir da prestação de contas supracitada, foram atendidos pelo PNAC mensalmente 21.854 alunos e pelo PNAE 498 alunos da Educação Infantil.
Qualidade da merenda:A alimentação servida aos nossos alunos da rede municipal é ótima, pois temos um setor específico dentro da Smed que faz todo o acompanhamento junto às escolas municipais, fazendo um trabalho diário de valor nutricional, cursos de formação aos trabalhadores em educação não docentes deste setor escolar. A alimentação servida é composta por vegetais, carnes, legumes e demais nutrientes necessários ao bom desenvolvimento de cada criança e/ou adolescente.
Maneira como são adquiridos os alimentos:Todos os alimentos passam por um processo de degustação feito pelo CAE + Comissão Julgadora (que é composta pela Smed + trabalhadores em educação não docentes + equipes diretivas), onde analisamos todas as características de cada produto que será consumido: embalagem, dados desta e valores nutricionais, bem como o cheiro, cor, sabor, entre outros. Após este processo, todos os produtos aprovados passam por licitação para serem adquiridos.
Alimentação Escolar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), implantado em 1955, garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos da educação infantil (creches e pré-escola) e do ensino fundamental, inclusive das escolas indígenas, matriculados em escolas públicas e filantrópicas. Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis.
O Pnae tem caráter suplementar, como prevê o artigo 208, incisos IV e VII, da Constituição Federal, quando coloca que o dever do Estado (ou seja, das três esferas governamentais: União, estados e municípios) com a educação é efetivado mediante a garantia de "atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade" (inciso IV) e "atendimento ao educando no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (inciso VII).
Atualmente, o valor repassado pela União, por dia letivo, é de R$ 0,22 por aluno de creches públicas e filantrópicas, de R$ 0,22 por estudante do ensino fundamental e da pré-escola. Para os alunos das escolas indígenas e localizadas em comunidades quilombolas, o valor per capita é de R$ 0,44. Os recursos destinam-se à compra de alimentos pelas secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal e pelos municípios.
O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) e pelo Ministério Público. O orçamento do programa previsto para 2008 é de R$ 1,6 bilhão para atender 36 milhões de alunos.
Funcionamento: Os recursos financeiros provêm do Tesouro Nacional e estão assegurados no Orçamento da União. O FNDE transfere a verba às entidades executoras (estados, Distrito Federal e municípios) em contas correntes específicas abertas pelo próprio FNDE, sem necessidade de celebração de convênio, ajuste, acordo, contrato ou qualquer outro instrumento. As entidades executoras (EE) têm autonomia para administrar o dinheiro e compete a elas a complementação financeira para a melhoria do cardápio escolar, conforme estabelece a Constituição Federal.
A transferência é feita em dez parcelas mensais, a partir do mês de fevereiro, para a cobertura de 200 dias letivos. Cada parcela corresponde a vinte dias de aula. Do total, 70% dos recursos são destinados à compra de produtos alimentícios básicos, ou seja, semi-elaborados e in natura. O valor a ser repassado para a entidade executora é calculado da seguinte forma: TR = Número de alunos x Número de dias x Valor per capita, onde TR é o total de recursos a serem recebidos.
A escola beneficiária precisa estar cadastrada no censo escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Já a escola filantrópica necessita comprovar no censo escolar o número do Registro e do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, emitidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), bem como declarar o interesse em oferecer alimentação escolar com recursos federais aos alunos matriculados.
O cardápio escolar, sob responsabilidade dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, deve ser elaborado por nutricionista habilitado, com o acompanhamento do CAE, e ser programado de modo a suprir, no mínimo, 30% (trinta por cento) das necessidades nutricionais diárias dos alunos das creches e escolas indígenas e das localizadas em áreas remanescentes de quilombos, e 15% (quinze por cento) para os demais alunos matriculados em creches, pré-escolas e escolas do ensino fundamental, respeitando os hábitos alimentares e a vocação agrícola da comunidade. Sempre que houver a inclusão de um novo produto no cardápio, é indispensável a aplicação de testes de aceitabilidade. A aquisição dos gêneros alimentícios é de responsabilidade dos estados e municípios, que devem obedecer a todos os critérios estabelecidos na Lei nº 8.666, de 21/06/93, e suas alterações, que tratam de licitações e contratos na administração pública.
Parceiros e competências: FNDE - É responsável pela assistência financeira em caráter complementar, normatização, coordenação, acompanhamento, monitoramento e fiscalização da execução do programa, além da avaliação da sua efetividade e eficácia.
Entidades executoras (EE) - Secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal, prefeituras municipais e escolas federais, que são responsáveis pelo recebimento e pela execução dos recursos financeiros transferidos pelo FNDE. Secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal - Atendem as escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, respectivamente. Prefeituras municipais - Atendem as escolas públicas municipais, as mantidas por entidades filantrópicas e as da rede estadual, quando expressamente delegadas pelas secretarias estaduais de Educação.
Escolas federais - Quando optam por receber diretamente os recursos, que podem ser incluídos no repasse destinado às prefeituras das respectivas cidades. Conselho de Alimentação Escolar (CAE) - Colegiado deliberativo e autônomo composto por representantes do Executivo, do Legislativo e da sociedade, professores e pais de alunos, com mandato de dois anos. O principal objetivo do CAE é fiscalizar a aplicação dos recursos transferidos e zelar pela qualidade dos produtos, desde a compra até a distribuição nas escolas, prestando sempre atenção às boas práticas sanitárias e de higiene.Tribunal de Contas da União e Secretaria Federal de Controle Interno - São órgãos fiscalizadores. Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ou órgãos similares - Responsáveis pela inspeção sanitária dos alimentos.
Ministério Público da União - Responsável pela apuração de denúncias, em parceria com o FNDE. Conselho Federal de Nutricionistas - Responsável pela fiscalização do exercício da profissão, reforçando a importância da atuação do profissional na área da alimentação escolar. Prestação de contas: A prestação de contas é realizada até o dia 28 de fevereiro do ano subseqüente ao do atendimento, por meio do Demonstrativo sintético anual da execução físico-financeira. A secretaria de Educação do estado ou município deve enviar a prestação de contas ao Conselho de Alimentação Escolar até 15 de janeiro. Depois de avaliar a documentação, o CAE a remete para o FNDE, com seu parecer. Caso o CAE não aprove as contas, o FNDE avalia os documentos apresentados e, se concordar com o parecer do Conselho, inicia uma Tomada de Contas Especial e o repasse é suspenso. Estas duas últimas medidas também são adotadas no caso de não apresentação da prestação de contas. .
Fiscalização: Cabe ao FNDE e ao Conselho de Alimentação Escolar (CAE) fiscalizar a execução do programa, sem prejuízo da atuação dos demais órgãos de controle interno e externo, ou seja, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) e do Ministério Público.
Histórico: O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), mais conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos. É considerado um dos maiores programas na área de alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado.
Percebe-se um avanço no que diz respeito a qualidade nutricional da merenda escolar. Muitos alunos vem para escola sem realizar refeições essenciais. Alguns apresentam desnutrição bastante avançada. Há um controle rigoroso por parte da prefeitura, as merendeiras precisam estar sempre de touca, as unhas não podem ser pintadas, é proibido a entrada de professores dos alunos no local onde é preparado os alimentos, os utensílios após o uso são esterilizados com água quente. Os alimentos são de ótima qualidade. Há um cardápio elaborado por uma nutricionista onde os alimentos são diversificados e ricos em nutrientes. As merendeiras mensalmente participam de cursos de aperfeiçoamento.
O cardápio escolar é de responsabilidade da Secretaria de Educação deste Município, sendo elaborado por nutricionista habilitada. Tem por objetivos suprir parte das necessidades nutricionais diárias dos alunos e contribuir para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como para a formação de hábitos alimentares saudáveis.
Concordo que as ações de participação em conselhos, por exemplo, são, antes de tudo, ações de cidadania, de conjugação de esforços para contemplar interesses coletivos, de vigilância responsável sobre recursos que, sendo públicos, devem destinar-se ao cumprimento dos deveres do Poder Público e das escolas para com a educação escolar, pois sabemos que onde não há fiscalização a desvios de recursos e fraudes.

sábado, 18 de outubro de 2008

Enfoque temático: Construção de concepções de mundo: a perspectiva marxista de educação.Semana : 8, 9 e 10


Educação da classe trabalhadora:
Marx contra os pedagogos marxistas
Tarso Bonilha Mazzotti
Posição baseada no trabalho como princípio educativo, o qual deve orientar a educação escolar de todos, realizando-se a educação única politécnica. Essa educação única politécnica conduziria à realização das bases culturais necessárias à hegemonia da classe trabalhadora, com vistas ao socialismo. Seus propositares julgam que esta é uma posição marxista adequada aos nossos tempos, uma vez que é preciso dotar Marx de uma dimensão que ele deixara de lado: a cultural.
A posição original de Marx sobre a cultura e a educação. A elevância deste possível esclarecimento é primordialmente epistêmica, pois implica rever a posição dos que afirmam que Marx não tratou da cultura e da educação. A apreensão da posição de Marx permita uma revisão dos debates em torno da educação escolar, bem como das condições contemporâneas postas pelas mudanças na base técnica da produção, uma vez que, para ele, a condição vital material e espiritual é a existência de tempo livre para o desenvolvimento humano.
Educação escolar entre as bandeiras de luta dos trabalhadores este tema aparece, nas posições de Marx, vinculado as suas proposições sobre a “regulamentação do trabalho das mulheres, crianças e jovens de ambos os sexos”. Essa regulamentação constituía, no século passado, um dos pontos críticos para a sobrevivência física da classe dos trabalhadores assalariados que desenvolviam jornadas de 12 h a 16 h. Entre esses, encontravam-se crianças muitas das quais com três anos de idade e jovens de ambos os sexos, bem como mulheres adultas. Eram trabalhadores “desqualificados”, ou seja, não eram profissionais.
Marx luta essencialmente pela constituição de uma identidade da classe trabalhadora, que jamais seria a mesma da classe burguesa dominante dentro do sistema capitalista. O capitalismo traz em si mesmo a divisão da sociedade em classes sociais. Para que se estruture, necessariamente alguns terão que dar os meios de produção e irão assalariar a outros que só possuem sua força de trabalho. Nesta relação é que se produzirá o lucro, a essência do capitalismo, é necessário que “todos” não possam lucrar, e sirvam de mão-de-obra quase escrava na perspetiva de sustento dos primeiros. Um sistema em que a repartição do capital fosse igualitária. Marx desejava a consciência da identidade trabalhadora para que a transformação do sistema pudesse ocorrer. Para ele não era possível que uma sociedade em que uns poder dominante dominaria a classe trabalhadora.
A classe trabalhadora deveria atender educacionalmente aos seus próprios filhos, e que a burguesia atendesse aos seus, o que já fazia muito bem. Por que, então, se preocupar com eles?
A educação é parte incluindo as relações de determinação e influência de que ela recebe da estrutura econômica, e o específico das discussões de temas e problemas educacionais. A transformação educativa deveria ocorrer paralelamente à revolução social. Um lado, seria necessário mudar as condições sociais que mude o sistema de ensino, este mudaria e transformaria as condições sociais.
Marx considera que as conquistas materiais são um momento do processo de tomada de consciência dos interesses de classe por parte da própria classe e, nessa luta, o proletariado vai se constituindo em “classe para si”, forma-se como classe efetivamente revolucionária. Por exemplo, ao lutar pela regulamentação do trabalho infantil e juvenil associada à educação escolar intelectual, física e tecnológica a classe proletária estaria dando um passo no sentido de colocar-se como dirigente da sociedade atual e futura. Esta pedagogia é a pedagogia da luta de classes que educa a classe trabalhadora e o Estado, como vimos mais acima.
A educação para além do capital por István Mészáros poucos negariam hoje que a educação e os processos de reprodução mais amplos estão intimamente ligados. Consequêntemente, uma reformulação significativa da educação é inconcebível sem a correspondente transformação do quadro social no qual as práticas educacionais da sociedade devem realizar as suas vitais e historicamente importantes funções de mudança. Mas para além do acordo sobre este simples fato os caminhos dividem-se severamente. Pois, caso um determinado modo de reprodução da sociedade seja ele próprio tido como garantido, como o necessário quadro de intercâmbio social, nesse caso apenas são admitidos alguns ajustamentos menores em todos os domínios em nome da reforma, incluindo o da educação. As mudanças sob tais limitações conjecturais e apriorísticas são admissíveis apenas com o único e legitimo objectivo de corrigir algum detalhe defeituoso da ordem estabelecida, de forma a manter-se as determinações estruturais fundamentais da sociedade como um todo intactas, em conformidade com as exigências inalteráveis de um sistema reprodutivo na sua totalidade lógico. É-se autorizado a ajustar as formas através das quais uma multiplicidade de interesses particulares conflitantes se devem conformar com a regra geral pré-estabelecida da reprodução societária, mas nunca se pode alterar a própria regra geral. desta forma para o bem e para o mal, o êxito depende de tornar este processo de aprendizagem, no sentido amplo do "Paracelsiano", um processo consciente, de forma a maximizar o melhor e a minimizar o pior. Apenas a mais vasta concepção de educação nos pode ajudar a insistir no objectivo de uma mudança verdadeiramente radical proporcionando alavancas que rompam a lógica mistificadora do capital. Esta maneira de abordar os assuntos é, de facto, tanto a esperança como a garantia do êxito possível. Por contraste, cair na tentação dos arranjos institucionais formais "a pouco e pouco", como afirma a sabedoria reformista desde tempos imemoráveis significa permanecer aprisionado dentro do círculo vicioso institucionalmente articulado e protegido desta lógica auto-interessada do capital. Esta última forma de encarar tanto os problemas em si mesmos como as suas soluções "realistas" é cuidadosamente cultivada e propagandeada nas nossas sociedades, enquanto que a alternativa genuína e de alcance amplo e prático é desqualificada aprioristicamente e afastada bombasticamente como sendo "gestos políticos". Esta espécie de aproximação é incuravelmente elitista mesmo quando se pretende democrática. Porque limita tanto a educação como a atividade intelectual da maneira mais estreita possível, como a única forma certa e adequada de preservar os "padrões civilizados" daqueles destinados a "educar" e governar, contra a "anarquia e a subversão". Simultaneamente exclui a esmagadora maioria da humanidade do âmbito da ação como sujeitos, e condena-os para sempre a serem apenas influenciados como objetos (e manipulados no mesmo sentido), em nome da presumida superioridade da elite: "meritocrática", "tecnocrática", "empresarial", ou o que quer que seja.
Educação para além do capital contempla uma ordem social qualitativamente diferente. Agora não só é possível embarcar na estrada que nos leva até essa ordem como também é necessário e urgente. Pois as incorrigíveis determinações destrutivas da ordem existente tornam imperativo contrapor aos antagonismos estruturais irreconciliáveis do sistema capitalista uma alternativa positiva sustentável para a regulação da reprodução metabólica social se quisermos assegurar as condições elementares da sobrevivência humana. O papel da educação, orientado pela única perspectiva positivamente viável de ir para além do capital, é absolutamente crucial a este propósito.
Referência:
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1986.
MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. In: MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Textos. Vol. III. São Paulo: Edições Sociais, 1977.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Módulo 2:Organização Curricular da Escola

Sabemos que concepções e normas são elaboradas e incorporadas na prática cotidiana do dia-a-dia. As propostas dos documentos (PPP e Regimento) colocam em prática uma concepção política e uma concepção pedagógica que se realimentam por uma constante reestruturação. Assim, a concepção política promove a ação transformadora da sociedade a partir das práticas escolares, já a concepção pedagógica é o substrato da própria finalidade da escola.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA ESCOLA E AVALIAÇÃO DA


CURRÍCULO: O CORAÇÃO DA ESCOLA /Maria Beatriz Gomes da Silva
Como sabemos, o currículo escolar requer uma organização dos tempos/espaços em que a escola vai desenvolver os diferentes conhecimentos e valores que durante a construção do seu Projeto Político Pedagógico - PPP forem considerados necessários para a formação de seus alunos. Isso é possível, hoje, porque, com base no princípio da autonomia, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (Lei n° 9394/1996) estabeleceu como incumbência da escola e de seus professores (Art. 12 e 13) a construção do PPP. É na construção do PPP que a comunidade escolar (Pais, Professores, Alunos, Funcionários) debate, discute e estabelece suas concepções de homem, de mundo, de sociedade, de conhecimento, de currículo, de avaliação e tantas outras, com o objetivo de criar referências e diretrizes próprias para as práticas que pretende implantar.
Dentre as práticas implantadas pela escola, a mais legitimamente ligada à sua razão de ser é, sem dúvida, a que denominamos desenvolvimento do currículo escolar. Muito mais do que um conjunto de saberes dividido em áreas de conhecimento, disciplinas, atividades, projetos e outras formas de recorte, por sua vez hierarquizados em séries anuais ou semestrais, ciclos, módulos de ensino, eixos e outras formas de escalonar o tempo, o currículo é o coração da escola. É por dentro dele que pulsam e se mostram as mais diversas potencialidades, em meio às reações manifestadas pelos alunos nos seus escritos, desenhos, jogos, brincadeiras, experimentos, estratégias de relacionamento entre si e com os educadores. É por dentro dele que desejos podem ser tolhidos ou encorajados.
Ensino e as escolas procurem reorganizá-lo, intensificando, por exemplo, o número de horas de determinada atividade, disciplina ou área de conhecimento, ou, ainda, incluindo novos componentes curriculares ou excluindo outros.
CURRÍCULO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
Um aspecto fundamental quando se fala em organização do currículo escolar é a forma como se avalia as aprendizagens que os alunos efetivam durante seu desenvolvimento. Com isso, estamos querendo dizer que currículo e avaliação da aprendizagem escolar, são faces indissociáveis de uma mesma moeda e que, portanto, ocorrem simultaneamente.
A idéia de que a avaliação da aprendizagem dos alunos é um processo dissociado do desenvolvimento curricular nasceu com a pedagogia tradicional e ainda se faz presente em muitas unidades escolares, apesar de intensamente questionada. Quando essa concepção prevalece a avaliação da aprendizagem consiste somente na aplicação de instrumentos como questionários, provas, trabalhos escritos em geral, em períodos regulares (final de cada mês, ou bimestre ou semestre) e com o objetivo de verificar a quantidade de informações que os alunos assimilaram naquele período e classificá-los em escalas de notas ou até mesmo de conceitos tratados como se fossem notas. Quando a concepção vai além da classificação, preocupando-se com o processo de aprendizagem ao longo do desenvolvimento curricular e ocorrendo por meio de um acompanhamento do aluno com o objetivo de reorientá-lo a cada dificuldade encontrada, situa-se na perspectiva formativa.
As duas formas de avaliação são necessárias quando se pensa na indissociabilidade currículo-avaliação. A primeira, porque quando utilizada não apenas com sua finalidade classificatória auxilia na problematização do próprio currículo e com isto fornece pistas para a melhoria do planejamento docente e escolar. Se algo não vai bem com a parte, provavelmente precisará de uma análise
e até reformulação do todo, inclusive do PPP e do Regimento Escolar. A segunda, porque possibilita uma intervenção imediata no processo de aprendizagem, permitindo que o currículo em desenvolvimento se reconstrua ainda durante o processo e comprovando, assim, sua natureza dinâmica e impermanente no atendimento das necessidades dos alunos. Assim, entendemos que:
A avaliação é uma das atividades que ocorre dentro de um processo
pedagógico. Este processo inclui outras ações que implicam na própria
formulação dos objetivos da ação educativa, na definição de seus
conteúdos e métodos, entre outros. A avaliação, portanto, sendo parte de
um processo maior, deve ser usada tanto no sentido de um
acompanhamento do desenvolvimento do estudante, como no sentido de
uma apreciação final sobre o que este estudante pôde obter em um
determinado período, sempre com vistas a planejar ações educativas
futuras. (FERNANDES. FREITAS. 2007, p. 47)
Uma questão importante é a da relação entre a concepção de conhecimento e a forma de organizar o currículo e de avaliar as aprendizagens dos alunos.
Assim, quando a concepção de conhecimento ainda se apresenta fragmentada, a proposta curricular da escola costuma ser organizada na forma de disciplinas organizadas em regime seriado que ao serem desenvolvidas não dialogam e não buscam pontos de articulação. Além disso, e por conseqüência, a prática avaliativa, costuma ser classificatória.
Mas, nem sempre a organização curricular em regime seriado vem acompanhada de uma avaliação classificatória. Esse avanço ocorre quando a concepção de conhecimento e sua respectiva proposta curricular estão fundamentadas numa epistemologia que considera o conhecimento como uma
construção sócio-interativa que ocorre na escola e em outras instituições e espaços sociais. Nesse caso, já se percebe múltiplas iniciativas entre professores no sentido de articularem os diferentes campos de saber entre si e, também, com temas contemporâneos, baseados no princípio da interdisciplinaridade, o que normalmente resulta em mudanças nas práticas avaliativas. Em situações como essa, encontram-se professores que trabalham cooperativamente em projetos e outras metodologias que envolvem alunos de diferentes disciplinas e turmas e onde esses são avaliados antes, durante e depois das práticas vivenciadas, por meio até mesmo de auto avaliação e sem foco na classificação.
Ao falar em progressão continuada, portanto, estamos falando de uma escola que inclui a todos. Naturalmente, isso requer outra forma de gestão do currículo, esteja ele organizado em séries ou em ciclos, pois na medida em que o avanço no percurso escolar é marcado por diferentes níveis de aprendizagem, a escola precisará, também, organizar espaços e formas diferenciadas de atendimento, a fim de evitar que uma defasagem de conhecimentos não se transforme numa lacuna permanente.
3. CURRÍCULO, AVALIAÇÃO E MOBILIDADE ESCOLAR
Uma situação bastante corriqueira em nossas escolas é a mobilidade dos alunos. Quantas vezes nos perguntamos sobre o que fazer quando recebemos alunos provenientes de outras instituições e de até de outros Sistemas de Ensino, dentro ou fora do município ou Estado em que a escola em que atuamos se situa?
Quantas vezes admitimos nossas dificuldades para incluí-lo no novo contexto escolar? Quantas vezes esquecemos que estes alunos ao viverem um processo de transição institucional passam por momentos de insegurança frente aos novos professores, colegas e frente a pedagogia que lhes é oferecida? Como inseri-los nos tempos/espaços da escola em que são acolhidos quando provêm de outra em que a forma de organização curricular e de avaliação é diferente?
A mobilidade escolar ou a conhecida transferência também e objeto de regramento na LDB e em outros instrumentos normativos do CNE e dos Conselhos de Educação Estaduais e Municipais. Esta é uma realidade que precisa ser tratada a partir do que se entende por direito à educação, pois envolve dimensões que extrapolam a escolha da criança, quando se tratar da Educação Básica e nessa, especialmente do Ensino Fundamental, por seu caráter obrigatório.
As mobilidades, de modo geral ocorrem por necessidade dos adultos responsáveis pelo menor que não pode deixar de ser atendido frente a uma escolha que não foi sua. Nesse sentido não há como recusar matrícula em algum estabelecimento de ensino que favoreça o deslocamento do aluno transferido. Mas, acima dessas questões administrativas, não há como recusar a continuidade dos estudos iniciados em outra escola de forma que o aluno não se sinta despreparado para avançar em seu percurso de aprendizagem ou que não se sinta retrocedendo em conquistas já efetivadas.
Parece estarmos tratando do óbvio, mas, nossas observações e acompanhamento de alguns estudos indicam que essa questão tem sido descuidada inúmeras vezes gerando nos alunos transferidos uma sensação de abandono ou descaso, semelhante a que costuma ocorrer com alunos que não acompanham o ritmo de seu colegas em classes cujo professor se pauta por uma visão rígida de conhecimento.

Módulo 2:Organização Curricular da Escola



(PPP)
CONCEPÇÃO CURRÍCULO
O processo de construção do Projeto Político Pedagógico realizou-se durante as reuniões pedagógicas da escola, ocorridas quinzenalmente, tendo sempre em mente o diagnóstico sobre a realidade da comunidade. Desde o início do ano letivo de 2008as discussões a respeito do assunto fizeram parte desses encontros.
As discussões sobre os eixos que subsidiaram este Projeto foram realizadas de forma coletiva, em vários encontros, com a participação da comunidade escolar. A segunda fase de elaboração do Projeto consistiu na revisão do material realizada por uma comissão de professores.
(REGIMENTO)
NORMAS CURRÍCULO
PROPOSTA PEDAGÓGICA E CURRICULAR
Desejamos proporcionar uma escola que respeite a criança em suas individualidades e ofereça condições para que ela possa ter auto-conhecimento e autonomia. Nesse sentido, nossa preocupação é com a educação do homem e não apenas da pessoa em situação escolar, numa instituição de ensino. O aluno passa a ter parte da responsabilidade na sua educação e essa terá como prioridade a criação de condições que facilitem a aprendizagem pessoal. Nosso entendimento é de que o sujeito se constrói num processo contínuo, ligando-se a outras pessoas e grupos, é um ser inacabado que constrói a realidade e por essa é construído. É na interação com a realidade que se dá a sua construção, sempre buscando o convívio possível, a comunicação e o agir em comum, respeitando as diversidades que são características fundamentais da realidade. Nesse contexto, entendemos que o homem conhece ao experimentar, sendo essas vivências plenas de significados. A partir daí inicia-se o crescimento individual. Os desafios, as curiosidades ou necessidades de resolver problemas é que desencadearão o conhecimento. A nossa proposta traz a importância da participação ativa do aluno na construção do conhecimento, fazendo com que o processo de ensino-aprendizagem seja voltado ao educando. Neste sentido entendemos que a tarefa do professor deve ser a de organizar um ambiente favorável à ação, à experimentação e ao intercâmbio entre alunos/professor, criando situações que motivem estas a pensar por si mesma, ativamente, sem querer obter dela, apressadamente, respostas e soluções “corretas” aos problemas e desafios vivenciados.
(PPP)
CONCEPÇÃO AVALIAÇÃO

Assim, baseada no princípio da construção do conhecimento pelo estudante, tendo o professor como agente educador e mediador do processo pedagógico, a proposta curricular para o ensino fundamental busca fundamentar-se numa concepção de ensino interdisciplinar. Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, do 1º ano até a 4ª série nossa escola trabalha as áreas do conhecimento citadas à cima de maneira globalizada obtendo apenas um conceito. Na 5ª e 6 ª séries são trabalhadas as áreas do conhecimento integradas juntamente com Língua Estrangeira (inglês), porém distintas por professores e conceitos.
(REGIMENTO)
NORMAS AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como um procedimento pedagógico pelo qual se verifica continuamente o desenvolvimento da aprendizagem e se decide, caso necessário, sobre os meios alternativos de estudos de recuperação ou reforço.
Pensando nisso nossa escola busca constantemente romper algumas resistências a respeito da avaliação classificatória onde é verificado somente o rendimento escolar para possível aprovação e reprovação ao final do processo. Entendemos que a avaliação é contínua e qualitativa e deve ser capaz de colocar à disposição do professor informações mais precisas sobre os processos de aprendizagem, crescimento do aluno. Para isso, pensamos que é preciso avaliar o educando sob diferentes aspectos: cognitivo, relacional e social. Esse tipo de avaliação permite também que um problema de aprendizagem seja prontamente percebido, de modo que possamos tomar as providencias necessárias para superá-lo, na medida do possível. Ás vezes, a dificuldade pode estar com o aluno, que tem um ritmo diferente dos demais e precisa de mais tempo para aprender, às vezes, pode estar com o professor, que não conseguiu ainda encontrar a melhor forma de ensinar aquele aluno, porque cada um tem um jeito diferente de aprender. Nesse sentido, acreditamos que alunos e professores devem ser avaliados.
A auto-avaliação do professor é muito importante, pois assim ele poderá criar condições e estratégias para auxiliar o aluno na construção do seu conhecimento. Faz-se necessário oferecer aos professores estudos e espaços de discussão, porque é através do aprofundamento teórico e troca de experiências que esses poderão tomar consciência do significado dos procedimentos avaliativos. A avaliação não é apenas um instrumento para a aprovação ou reprovação do aluno, ela é também fundamental para que possamos promover um ensino de qualidade para todos, pois é ela que nos indica onde estão nossos tropeços e nossas qualidades, onde precisamos investir mais e onde podemos caminhar com segurança.
A partir dessa concepção de avaliação, nasceu à proposta de realização de conselhos de classe participativo, ação que estamos implementando gradativamente, visando à construção de um ambiente democrático onde alunos e professores interagem, e a avaliação é vista não como punição, mas como um momento de reflexão para criação de novas práticas, novas estratégias. Quanto à organização da avaliação, essa se dá de acordo com o Regimento Escolar da Secretaria Municipal de Educação, onde os resultados são expressos trimestralmente, por Parecer Descritivo e em conceitos: Muito Satisfatório (MS), Satisfatório (S), Insuficiente (I).
CONCEPÇÕES E NORMAS DE CURRÍCULO E DE AVALIAÇÃO
Nossa avaliação escolar preocupa-se com o processo de aprendizagem ao longo do desenvolvimento curricular e ocorrendo por meio de um acompanhamento do aluno com o objetivo de reorientá-lo a cada dificuldade encontrada, situa-se na perspectiva formativa.
No final de cada trimestre, levantamos dados fornecidos pelos professores quanto ao rendimento dos alunos, avaliações aplicadas, não só para diagnosticar seus avanços escolares mas também reavaliarmos nossa prática pedagógica. Acrescentar e retirar conteúdos do nosso currículo. Se constatado que as propostas pedagógicas da escola e o índice de aprendizagem não está sendo satisfatório reavaliamos nossos métodos para que assim tenhamos uma melhor qualidade de ensino .

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Aula 6 – Aprendizagem na vida adulta

O desenvolvimento cognitivo dá-se na relação com o meio, porém, ele é individual. O estádio em que um indivíduo se encontra “é radicalmente individual, não pode, pois, ser confundido com o de nenhum outro indivíduo” (BECKER, 2001, p.187).
Na realidade das salas de aulas de jovens e adultos, onde as tecnologias começam a tomar seu espaço, e cada ser é único, a cada dia recebemos diversas informações através da mídia, jornal, revista, internet. Como competir em meio a tantas informações? O professor precisa estar atento ao que esta circulando na sala de aula, quais são os assuntos do momento, quais seus interesses, para depois realizar seu planejamento. O sujeito ( aluno) precisa da interação com o objeto de estudo para ter uma aprendizagem significativa, pois poderá utilizar esse conhecimento posteriormente. Assim o aluno e o professor aprendem juntos. É a ação do sujeito que possibilita a construção de suas estruturas cognitivas.
Todos os anos em sala de aula encontramos alunos em vários estágios de desenvolvimento. Encontro muitas vezes dificuldades em montar meus projetos, muitas vezes preciso planejar um determinado assunto explorado em vários tipos de atividades práticas e teóricas, para que todos consigam ter uma melhor compreensão do assunto estudado. Através da leitura pude compreender, que mesmo tendo a mesma idade, eles podem encontrar-se em períodos de desenvolvimento diferentes. A sala de aula é entendida como uma comunidade culturalmente constituída por meio da participação de diferentes sujeitos, que assumem diferentes papéis no processo ensino-aprendizagem.
O que nos dirá se um sujeito se encontra em um ou outro período do desenvolvimento não será a sua idade, mas, ao contrário, será a sua relação com o objeto do conhecimento, será a sua maneira de pensar, refletida no modo como lida com os problemas da realidade, seja ela interna ou externa. Serão suas características cognitivas que nos mostrarão em que período de desenvolvimento se encontra, e não o inverso. A partir da idade, apenas, não podemos fazer afirmações definitivas sobre o seu nível de desenvolvimento.
Pensamento formal e ensino o adulto, tal qual a criança e o adolescente, não aprende ouvindo respostas prontas. Aprende resolvendo problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social em que vive e lançando hipóteses sobre as transformações que devem ser implementadas. A escola que continuar a insistir no repasse de conteúdos prontos estará na contramão da dinâmica própria do pensamento.
A educação é um “processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro” (MATURANA, 2001, p. 29). Logo, a educação é um processo que se dá no mundo de convivência, porém, ao mesmo tempo, é um processo que se dá no interior do indivíduo. A história de educação de um sujeito faz parte de sua constituição, já que ele é o resultado de suas permanentes transformações nas trocas com o seu meio.
Embora tenhamos nos acostumado a relacionar o egocentrismo à criança pequena, ele ocorre em todas as idades. Logo, tanto o professor quanto o aluno, mesmo sendo adultos, podem ter dificuldades de compreender o raciocínio que o outro está realizando, reduzindo o pensamento do outro ao seu próprio.
Segundo Maturana (2001, p. 43), qualquer relação social depende de assumirmos as capacidades do outro envolvido nessa relação, e, se isso não ocorrer, essa relação deixará de ser social. O educador precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. Diferentes verdades existem, como tantos sujeitos existem, e devem ser respeitadas.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Enfoque temático: Construção de concepções de mundo: educação.


Semana : 6 e 7

Vou iniciar minha síntese falando de Paulo Freire, onde sua obra A Pedagogia da Autonomia fala de uma educação que respeita todo o educando, incluindo os mais desfavorecidos.
A alma de qualquer instituição de ensino é o professor, por mais que se invista em equipamentos, tecnologias, quadras esportivas, campos de futebol, tudo isso é material e não se compara ao papel e a importância do professor. Há quem afirme que o computador irá substituir o seu papel, pois por ele chega facilmente a informação de muitas maneiras, o que o professor perderá sua importância. O computador nunca substituirá a presença do professor, por mais que evolua a máquina, ela só reflete e passa informação, porém não é capaz de dar afeto, atenção aos alunos. È isso que fascina-me em ser educadora. Nos deparamos em sala de aula com múltiplos saberes onde o aluno trás em sua trajetória conhecimentos inesgotáveis cabe a nós explorar e trabalhar esses saberes.
Atualmente trabalho com o laboratório de Informática onde desenvolvo um trabalho em conjunto com as professoras regentes de turmas, estou adorando a experiência, eles aplicam, pesquisam, trabalham coletivamente trocando informações, eu também aprendo muito com eles, em um grande número de informações estamos constantemente construindo nossa aprendizagem. A maioria da turmas possuem opiniões formadas e bem estruturadas, todos os dias preciso lançar vários assuntos e desafios, preciso estar atenta em suas conversas para captar o que pensam, o que gostam, para que minhas aulas tornem-se agradáveis e significativas. Tenho tido bons resultados.
Trabalhar os conteúdos de forma procedimentar parece ser uma das alternativas de auxiliar os alunos no desenvolvimento das múltiplas competências, que hoje é tão exigidas pela sociedade, além é claro de ser a forma de desenvolver atitudes e mudanças de comportamentos nos alunos. É preciso selecionar o que pode ser descartado na lista de conteúdos, pois muitas vezes é repetido ano após anos sem trazer nenhum significado para o aluno.
Como é importante elaborarmos atividades onde colocamos os alunos diante de diferentes situações e desafiam-nos a resolver os problemas previamente propostos ou aqueles que se apresentarem durante as aulas.
O professor sem dúvida nenhuma tem uma grande missão, uma grande responsabilidade em suas mãos, já que ele precisa primeiramente ter um comprometimento com o que faz, sendo que ele instiga a consciência de seu aluno, fazendo-o despertar para que se torne um sujeito crítico, que consiga refletir sobre o meio em que vive, buscando melhorá-lo, encontrando suas necessidades a serem supridas, avançando para um futuro mais justo e consciente.
Precisamos nos libertar de ser conteúdistas, é fácil ensinar o que já está pronto, porém será que é só isso que nossos alunos precisam? É preciso uma avaliação e seleção do que é realmente importante para seu desenvolvimento cognitivo.
Freire e Durkheim, com suas idéias ajudam a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista. O papel da educação está em formar um cidadão que tomará parte da sociedade. É preciso desenvolver na criança estados físicos e morais que são exigidos pela sociedade em que está incerido.
Por isso a importância do trabalho de sala de aula, trabalhar de forma em que o aluno participe de forma ativa, onde possa aplicar seus conhecimentos e suas aprendizagens, ele estará bem preparado para exercer sua função na sociedade.
Quando uma quantidade qualquer de pessoas, segundo Weber, se submetem, a uma ordem vinda de parte da sociedade, ocorre uma dominação que é sempre resultado de uma relação social de poder desigual, onde há um que comanda e outro que obedece.
Weber classifica dominação em : dominação tradicional, legal, carismática.
Dominação tradicional cuja situação em que a obediência se dá por motivos de costume, essa relação de dominação enraizada na cultura da sociedade. Um exemplo é o da família patriarcal onde os filhos obedecem aos pais devido a uma relação de fidelidade há muito estabelecida e respeitada.A dominação legal, ou seja, através das leis, nessa situação, um grupo de os indivíduos submete-se a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes. São essas regras que determinam ao mesmo tempo a quem e em que medida as pessoas devem obedecer.
Dominação carismática é aquela onde segue-se as ordens de um determinado líder religioso. Em um ambiente carismático a equipe é pessoalmente escolhida pelo líder, de acordo com as afinidades entre eles.
Na realidade escolar de sala de aula, percebe-se um misto de dominação tradicional com a dominação legal, pois ainda existem professores que ensinam por métodos tradicionais, despejando conteúdos sem interação com aluno, seguindo normas pré estabelecidas por ele e ou pela Instituição de Ensino.
Penso diferente de Weber, acredito que o ideal não seria existir nenhum tipo de dominação e sim interação, afeto, companheirismo entre professor, aluno e escola, pois a relação de poder mudou, a necessidade de diálogo é cada vez maior. A questão é que para formar um aluno preparado para os tempos de hoje, o professor precisa ser acessível, flexível , onde o aluno não tenha medo de questionar, olhar para o lado e até mesmo de receber castigos. O professor precisa ser sedutor que conduza seus alunos pelos fascinantes caminhos do saber, já que este detesta mesmice, rotina e falta de criatividade.
DURKHEIM, Émile. A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função diferenciadora. In PEREIRA, LUIZ e FORACHI, Marialice. Educação e sociedade: leituras de sociologia da educação. 8. ed. São Paulo: Nacional, 1977.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
FREIRE, Paulo. Cartas. In Pedagogia da Indignação. Petrópolis: Vozes, 1998.
WEBER, Max. Os três tipos puros de dominação legítima. In COHN, Gabriel (org.). Sociologia. São Paulo: Ática, pg. 128-141