sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Enfoque temático: Construção de concepções de mundo: educação.


Semana : 6 e 7

Vou iniciar minha síntese falando de Paulo Freire, onde sua obra A Pedagogia da Autonomia fala de uma educação que respeita todo o educando, incluindo os mais desfavorecidos.
A alma de qualquer instituição de ensino é o professor, por mais que se invista em equipamentos, tecnologias, quadras esportivas, campos de futebol, tudo isso é material e não se compara ao papel e a importância do professor. Há quem afirme que o computador irá substituir o seu papel, pois por ele chega facilmente a informação de muitas maneiras, o que o professor perderá sua importância. O computador nunca substituirá a presença do professor, por mais que evolua a máquina, ela só reflete e passa informação, porém não é capaz de dar afeto, atenção aos alunos. È isso que fascina-me em ser educadora. Nos deparamos em sala de aula com múltiplos saberes onde o aluno trás em sua trajetória conhecimentos inesgotáveis cabe a nós explorar e trabalhar esses saberes.
Atualmente trabalho com o laboratório de Informática onde desenvolvo um trabalho em conjunto com as professoras regentes de turmas, estou adorando a experiência, eles aplicam, pesquisam, trabalham coletivamente trocando informações, eu também aprendo muito com eles, em um grande número de informações estamos constantemente construindo nossa aprendizagem. A maioria da turmas possuem opiniões formadas e bem estruturadas, todos os dias preciso lançar vários assuntos e desafios, preciso estar atenta em suas conversas para captar o que pensam, o que gostam, para que minhas aulas tornem-se agradáveis e significativas. Tenho tido bons resultados.
Trabalhar os conteúdos de forma procedimentar parece ser uma das alternativas de auxiliar os alunos no desenvolvimento das múltiplas competências, que hoje é tão exigidas pela sociedade, além é claro de ser a forma de desenvolver atitudes e mudanças de comportamentos nos alunos. É preciso selecionar o que pode ser descartado na lista de conteúdos, pois muitas vezes é repetido ano após anos sem trazer nenhum significado para o aluno.
Como é importante elaborarmos atividades onde colocamos os alunos diante de diferentes situações e desafiam-nos a resolver os problemas previamente propostos ou aqueles que se apresentarem durante as aulas.
O professor sem dúvida nenhuma tem uma grande missão, uma grande responsabilidade em suas mãos, já que ele precisa primeiramente ter um comprometimento com o que faz, sendo que ele instiga a consciência de seu aluno, fazendo-o despertar para que se torne um sujeito crítico, que consiga refletir sobre o meio em que vive, buscando melhorá-lo, encontrando suas necessidades a serem supridas, avançando para um futuro mais justo e consciente.
Precisamos nos libertar de ser conteúdistas, é fácil ensinar o que já está pronto, porém será que é só isso que nossos alunos precisam? É preciso uma avaliação e seleção do que é realmente importante para seu desenvolvimento cognitivo.
Freire e Durkheim, com suas idéias ajudam a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista. O papel da educação está em formar um cidadão que tomará parte da sociedade. É preciso desenvolver na criança estados físicos e morais que são exigidos pela sociedade em que está incerido.
Por isso a importância do trabalho de sala de aula, trabalhar de forma em que o aluno participe de forma ativa, onde possa aplicar seus conhecimentos e suas aprendizagens, ele estará bem preparado para exercer sua função na sociedade.
Quando uma quantidade qualquer de pessoas, segundo Weber, se submetem, a uma ordem vinda de parte da sociedade, ocorre uma dominação que é sempre resultado de uma relação social de poder desigual, onde há um que comanda e outro que obedece.
Weber classifica dominação em : dominação tradicional, legal, carismática.
Dominação tradicional cuja situação em que a obediência se dá por motivos de costume, essa relação de dominação enraizada na cultura da sociedade. Um exemplo é o da família patriarcal onde os filhos obedecem aos pais devido a uma relação de fidelidade há muito estabelecida e respeitada.A dominação legal, ou seja, através das leis, nessa situação, um grupo de os indivíduos submete-se a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes. São essas regras que determinam ao mesmo tempo a quem e em que medida as pessoas devem obedecer.
Dominação carismática é aquela onde segue-se as ordens de um determinado líder religioso. Em um ambiente carismático a equipe é pessoalmente escolhida pelo líder, de acordo com as afinidades entre eles.
Na realidade escolar de sala de aula, percebe-se um misto de dominação tradicional com a dominação legal, pois ainda existem professores que ensinam por métodos tradicionais, despejando conteúdos sem interação com aluno, seguindo normas pré estabelecidas por ele e ou pela Instituição de Ensino.
Penso diferente de Weber, acredito que o ideal não seria existir nenhum tipo de dominação e sim interação, afeto, companheirismo entre professor, aluno e escola, pois a relação de poder mudou, a necessidade de diálogo é cada vez maior. A questão é que para formar um aluno preparado para os tempos de hoje, o professor precisa ser acessível, flexível , onde o aluno não tenha medo de questionar, olhar para o lado e até mesmo de receber castigos. O professor precisa ser sedutor que conduza seus alunos pelos fascinantes caminhos do saber, já que este detesta mesmice, rotina e falta de criatividade.
DURKHEIM, Émile. A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função diferenciadora. In PEREIRA, LUIZ e FORACHI, Marialice. Educação e sociedade: leituras de sociologia da educação. 8. ed. São Paulo: Nacional, 1977.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
FREIRE, Paulo. Cartas. In Pedagogia da Indignação. Petrópolis: Vozes, 1998.
WEBER, Max. Os três tipos puros de dominação legítima. In COHN, Gabriel (org.). Sociologia. São Paulo: Ática, pg. 128-141

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Ceres, muito interessante a tua postagem, reúne diversos conteúdos trabalhados na interdisciplina. Quando falas que "Trabalhar os conteúdos de forma procedimentar parece ser uma das alternativas de auxiliar os alunos no desenvolvimento das múltiplas competências" fiquei em dúvida quanto mencionas "forma procedimentar". Ao que estás te referindo? Outro ponto: quando falas "É preciso desenvolver na criança estados físicos e morais que são exigidos pela sociedade em que está inserido", será que não devemos pensar que é necessário possibilitar que a criança possa questionar e se posicionar criticamente em relação ao que a sociedade exige? Para pensarmos... Abração, Sibicca