Semana :3 A educação como processo socializador
Sociedade x Educação
Durkheim, acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo, a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta, e quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.
As consciências individuais são formadas pela sociedade. E essa construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios, sejam eles morais, religiosos, éticos ou de comportamentos, formando a conduta do indivíduo em um grupo. “O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela” ( Durkheim).
Se a educação for desligada das causas históricas, ela se tornará apenas exercício da vontade e do desenvolvimento individual. O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, e conhecer suas origens e as condições de que depende, e não irá conhecer sem ir a escola. Cada um é um ser único, cada um possui suas aptidões, exercerá diferentes funções, e será preciso que nos coloquemos em harmonia com o trabalho que nos incumbe. Nem todos somos feitos para refletir, será preciso que haja sempre homens de sensibilidade e homens de ação. Há necessidade de homens que tenham, como ideal de vida, o exercício e a cultura do pensamento.
“A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tabua rasa sobre a qual é necessário construir novamente”( Durkheim). Os professores, como parte responsável pelo desenvolvimento dos alunos, tem um papel determinante e delicado, deve transmitir os conhecimentos adquiridos, com bastante cuidado para não tirar do aluno a autonomia de pensamento, cabe a ele ajudar o aluno a avançar sozinho.
Percebe-se que a educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio. Pode-se tirar como exemplos, a educação nas cidades gregas e latinas conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje, esforça-se em fazer dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se formar espíritos delicados, prudentes, sutis, embebidos da graça e harmonia, capazes de gozar o belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na Idade Média, a educação era cristã, antes de tudo; na Renasça toma caráter mais leigo, mais literário; nos dias de hoje a ciência tende a ocupar o lugar que a arte outrora preenchia. Dir-se-á que isso não representa o ideal, ou que, se a educação tem variado, tem sido pelo desconhecimento do que deveria ser. O argumento é insubsistente.
Se a educação romana tivesse tido o caráter de individualismo comparável ao nosso, a cidade romana não se teria podido manter; a civilização latina não teria podido constituir, por conseqüência, a civilização moderna, que dela deriva, em grande parte. As sociedades cristãs da Idade Média não teriam podido viver se tivessem dado ao livre exame o papel de que ele hoje desfruta. Importa, pois, para esclarecimento do problema, atender a necessidades inelutáveis de que é impossível fazer abstração. De que serviria imaginar uma educação que levasse à morte a sociedade que a praticasse?
Os homens de cada tempo organizam a sociedade voluntariamente, para realizar fins determinados, que se esta organização não é, por toda parte, a mesma, os povos têm enganado, seja em relação aos meios com que convém atingir, seja em relação aos meios com que tenham tentado realizar estes objetivos. E, desse ponto de vista, os sistemas educativos do passado aparecem como tantos outros erros, totais ou parciais. Os ensinamentos da história podem servir, quando muito, para que não pratiquemos os mesmos erros.
As idéias de Durkheim ajudaram a compreender o significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista. O papel da educação está em formar um cidadão que tomará parte da sociedade. É preciso desenvolver na criança estados físicos e morais que são exigidos pela sociedade em que está incerido.
Bibliografia
DURKHEIM, Émile. A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função diferenciadora In PEREIRA, LUIZ e FORACHI, Marialice. Educação e sociedade: leituras de sociologia da educação. 8. ed. São Paulo: Nacional, 1977
Um comentário:
Oi Ceres, fazes uma reflexão muito interessante sobre a educação e a escola a partir de Durkheim. A partir de uma frase que colocas gostaria de te fazer uma provocação. A frase é a seguinte: "O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, e conhecer suas origens e as condições de que depende, e não irá conhecer sem ir a escola". Agora a provocação: será que a escola possibilita ao indivíduo, relmente, conhecer o seu contexto? Como? Será que muitas vezes a escola não entra em choque, justamente, contra esse contexto (a fim de transmitir conhecimentos que são de interesse de uma minoria)? Para pensarmos... Abração, Sibicca
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