A organização democrática, aquela que visa objetivos transformadores, não pode prescindir da participação efetiva dos envolvidos, dos interessados, nas deliberações da escola, ao mesmo tempo em que exige do Estado as condições para sua autonomia e funcionamento qualificado. Frisa-se aqui a necessidade da participação de todos, pais e estudantes, e não só da direção dada pelos funcionários públicos, evitando-se assim a supremacia dos interesses corporativos aos interesses educacionais coletivos; e a necessidade de recursos públicos suficientes para a manutenção das escolas, evitando processos de privatização que, de forma camuflada ou explícita, demandam que a escola organize processos de captação de recursos. Mas sabemos que em muitas instituições de ensino ainda não caminha ao rumo da democracia, pois não há a participação de todos os envolvidos.
A autonomia de uma escola, a gestão democrática da escola, deve ser cuidadosamente trabalhada, para não camuflar autoritarismos, nem fomentar processos de desarticulação e voluntarismos. Pensar a gestão democrática da educação é, portanto, refletir sobre estas e outras idéias, sempre e todas como parte de um conjunto de elementos implicados entre si democratização do acesso e permanência/continuidade nos estudos, democratização dos saberes que dão passagem à cidadania e ao trabalho, participação nos processos de planificação e decisão, relações de autonomia e sua inserção em um projeto mais amplo de democratização da sociedade, do qual a educação é constitutiva e constituinte.
Desde que iniciei meu trabalho como educadora a dez anos no município, ocorreram várias mudanças no que diz respeito a Gestão Democrática. Antes o cargo de diretor era por indicação por parte do prefeito, agora ocorre eleição onde todos votam professores, funcionários, alunos e comunidade escolar. Também não havia um Plano Político Pedagógico, agora há, nele consta todo o plano que será desenvolvido por todos os departamentos da escola, também festividades, recreio, Grêmio Estudantil, forma de avaliação, passeios, pontes (feriados), sabendo todos que o mesmo não é só um documento que fica arquivado, ele precisa ser revisado e consultado por todos.
Antes as decisões eram tomadas unicamente pelo diretor, onde não eram repassadas para o corpo de professores e tampouco para a comunidade escolar. Agora ocorrem assembléias onde todos os seguimentos participam ( a comunidade escolar ainda mostra-se pouco interessada com a escola, não havendo um bom número de participações), nestas assembléias são levantadas as questões e decisões a serem tomadas em conjunto é realizado votação, após todos assinam em ata.
Neste ano em nossa escola ocorreu eleição para o Grêmio Estudantil, os alunos participaram de reuniões para esclarecimentos do que é o “Grêmio”, qual a importância da representação dos dos alunos nas tomadas de decisões, e também qual a importância de representantes por turma em conselhos de classe, onde são repassadas aos colegas de turmas os aspectos a melhorar, o crescimento, comportamento entre outros aspectos. O grêmio está bem atuante, eles reúnem-se na sexta-feira para discutirem o que cada departamento está fazendo. Nossa escola está no início no que diz respeito a Gestão Democrática, mas acredito que já avançamos muito.
Um comentário:
Oi Ceres, penso que tu desenvolveste aqui nessa postagem justamente sobre alguns questionamentos que te fiz na postagem que está abaixo dessa. Acredito que o link que fizeste entre os aspectos teóricos e práticos da gestão escolar enriqueceram a tua compreensão e a socialização das tuas aprendizagens. Abração, Sibicca
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