domingo, 2 de novembro de 2008

Projeto de psicologia/ Tema: Adulto Jovem: Intimidade x Isolamento


Grupo: Ceres, Patrícia Ferreira e Thais
Síntese Conclusiva do Grupo:
Segundo Erickson, desenvolver relacionamentos íntimos é uma tarefa crucial para um adulto jovem, onde, tradicionalmente é neste período que as pessoas formam relacionamentos que podem se estender pela maior parte de suas vidas, baseados em amizade, amor, sexualidade e intimidade. Nesta fase é comum uma necessidade de se pertencer, firmar um relacionamento estável, íntimo e amoroso, motivando o comportamento humano, a qual afeta a mente, o corpo e o estado de espírito.
Mas nem sempre nesta fase da vida podemos encontrar esta estabilidade nos relacionamentos afetivos, o que acabam desencadeando conflitos, instabilidade emocional e comportamental no adulto jovem de hoje. Os fatores que levam a isso são os mais diversos.
Com o passar dos anos nossa cultura, sociedade, economia e valores modificaram-se muito. O jovem, que antigamente era considerado adulto no momento que necessitava relacionar-se, assumindo compromisso, adquirindo uma postura de chefe de família, para então ser independente e responsável pelos próprios atos, hoje se vê mais a necessidade material, cultural e a comodidade emocional, como um escape para o amadurecimento. A própria sociedade e mudanças de valores, perpetuaram essa modificação, o jovem de antes que para ter intimidade sexual, necessitava de instituir uma família, hoje, já não precisa mais disto para fazê-lo. A cultura, a cobrança social diminuiu de tamanha forma, que o jovem não necessita mais se se apegar emocionalmente para ter relação sexual. Essa facilidade evoluiu tanto, que acarretou outros problemas graves para essa fase e também na fase da adolescência, já que aumentaram os casos de gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, mudanças de comportamento, instabilidade e irresponsabilidade financeira, emocional e falta de vontade de estabelecer-se como independente. É comum hoje, vermos pais morando com filhos de trinta anos, que ainda inseguros, não conseguem assumir suas próprias vidas, ou jovens de 20 anos que já tem um ou mais filhos e que ainda moram com seus pais por não conseguirem criarem estes, por falta de independência financeira, ou emocional. Ou seja, o jovem de hoje diminuiu e muito sua necessidade de independência, talvez, pela própria falta de cobrança da sociedade e por falta de amadurecimento.
O que também acarretou muito esta mudança desenfreada de personalidade do adulto jovem foi a mídia. Ela impõe padrões, desperta desejo e busca desde a adolescência uma “cultuação” com o corpo, consumismo e preconceitos baseados em moldes sociais, que refletem muito na personalidade de nossos jovens. Adolescentes que a cada dia amadurecem mais cedo serão, aqueles adultos jovens, que não concluirão por inteiro suas etapas em sua fase. Jovens bulêmicas, que apenas pensam em satisfazer uma aquisição de um padrão estético perfeito, jovens que começam a trabalhar desde cedo, sem preocupação de adquirir uma posição na sociedade, mas apenas ter condições de financiar uma estética, padrão de beleza e de moda. Ou aquelas que tiveram que exercem a função de mães e chefes de família, devido a falta de responsabilidade ou de amadurecimento emocional, exemplificam bem esta mudança.
Outro fator que tem mostrado muitos aspectos que desencadearam mudanças bruscas na personalidade dos adultos jovens é o uso de drogas, álcool e direção perigosa. O desejo de mostrar uma posição de força e capacidade incondicional, que levam apenas a uma triste realidade, muitas vezes sem volta. O fato é que sem rumo em sua vida, sem conseguir suprir seus desejos íntimos de estabilidade emocional, afetivo e sexual, o jovem transfere impulsos para outros mecanismos, como uma forma de defesa e de estornar estes desejos reprimidos.
Não é que o jovem de hoje, não possua mais aquela personalidade de necessitar de intimidade e estabilidade emocional, mas sim a sociedade colocou obstáculos para que ele consiga suprir suas necessidades. As cobranças são variáveis, desde da parte econômica, onde o jovem precisa trabalhar para ajudar os pais e não consegue adquirir sua própria independência, devido a falta de condições e estabilidades sociais em que vivemos, ou trabalha desde cedo, mas apenas consegue manter o padrão imposto pela sociedade capitalista e consumista a qual estamos submetidos, não conseguindo estabilizar-se entre a independência e a responsabilidade econômica, precisando ainda do apoio da família para ampará-lo materialmente.
A visão sobre relação afetiva também sofreu mudanças de classificação na sociedade. A desvalorização do casamento, da família, a liberdade sexual, fez com que o jovem perdesse a motivação e o desejo em valorizar seus sentimentos, deixando-os de lado e tornando-se mais superficial. Para suprir, ele colocou em seu lugar os padrões impostos pela sociedade, aonde vão desde a valorização profissional, material, social, sexual, até mesmo o desprendimento entre a razão e a ousadia, que o levam a atos muito mais perigosos para sua saúde e vida.
O fato é que o jovem de hoje, é um reflexo da nossa sociedade. Ele está reprimindo seus desejos, para atender os padrões sociais. Os adolescentes estão amadurecendo mais cedo, mas nossos adultos estão amadurecendo mais tarde, como uma forma de resgate das fases que foram deixadas de lado na adolescência. O jovem tem deixado de lado o desejo de intimidade e de estabilidade de relação emocional, não por não querer, mas pelo não conseguir, devido às cobranças impostas pela sociedade. O reflexo disso tem desencadeado muitos transtornos em sua personalidade, em sua conduta, criando uma postura diferenciada do que de fato ele deveria possuir conforme a fase em que está estabelecido.
Acredita-se que para que o jovem consiga deixar o isolamento em que vem estado devido à falta de estabilidade emocional, seria isto possível através uma revisão da sociedade da valorização de princípios éticos e morais. Uma valorização da figura humana, onde se estabeleça a necessidade física em primeiro lugar, deixando as estética e cultura em segundo plano. Uma aproximação do que de fato é necessário para que o ser humano seja feliz emocionalmente, este conseguindo expor desejos, não os deixando reprimidos por medo de preconceito ou desrespeito social.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Ceres, a partir dessa conclusão do grupo, vocês trazem aspectos importantes para refletirmos sobre o que é ser adulto jovem hoje, as dificuldades, conquistas e desafios. Abração, Sibicca