domingo, 11 de abril de 2010

Educação transformadora




Nesta segunda-feira 12/04 irei iniciar como estagiaria da turma, estou com bastante espectativas com a turma, é uma turminha bastante falante, que gosta de participar e contribuir isso facilitará bastante pois todos nós estaremos constrUindo juntos nossos conhecimentos. Paulo Freire , é para nós educadores uma fonte inspiradora.Quando iniciamos a ler suas trajetórias na educação o quanto foi criticado, quando delineou uma pedagogia da libertação, das classes oprimidas e não privelegiadas, na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente, onde a alfabetização não se embasava em um sistema tradicional como o uso da cartilha. Sabemos que muitos educadores ainda estão enraizados nesse processo de ensino.
O método de alfabetização proposto por Freire, é relacionar o aluno com o objeto de estudo, é o trabalho com a compreensão da sua realidade, pelo compromisso social com a mudança, adotando como mecanismo de intervenção o conhecimento. Isso implica uma relação horizontal entre professor e aluno, uma vez que, de acordo com Freire, além de o homem situar-se num espaço-tempo, é inerente a ele a “vocação de ser sujeito” (p. 34). Por isso, o processo educativo escolar necessita auxiliar o ser humano a tornar-se sujeito, estabelecendo contrapontos com os fatos diários que lhe permitam ler e reler o contexto social em que está inserido.
O processo de mudança da realidade, certamente, passa pelo processo de conscientização do ser humano, possibilitando-lhe desmistificar a compreensão do mundo, que, muitas vezes, lhe é passada como algo dado, estático, acabado, fatalista. A educação, enquanto “ação política como prática da liberdade”, não pode ser desenvolvida descolada da realidade dos sujeitos que a constituem, tampouco, por meio de práticas narrativas, práticas da “educação bancária”, que reforçam as contradições na sociedade de classes. De outro modo, Freire refere a “educação problematizadora” como contraponto à “educação bancária”, que se refaz continuamente pela práxis, isto é, parte da relação homem-mundo em que “o diálogo impõe-se como o caminho pelo qual os homens encontram seu significado enquanto homens; o diálogo é, pois, uma necessidade existencial” (p.82-83). Precisamos nos libertar de ser conteúdistas, é fácil dar o que está pronto, porém será que é só isso que nossos alunos precisam, é preciso uma avaliação e seleção do que é realmente importante para seu desenvolvimento cognitivo.
Há alguns anos alcançamos uma clara consciência política, em que percebemos o poder que tínhamos em mãos e o quanto um currículo, determinado pelo poder público, podia manipular a formação da sociedade.Uma coisa é termos um currículo manipulador, determinista, que desenvolve cidadãos acríticos e passivos diante dos ditames da política e do poder capitalista, outra é termos um currículo que pode e deve formar o cidadão critico, mas que se molde e desenvolva as competências necessárias para poder competir e sair-se bem no mercado de trabalho, conquistando assim um emprego que lhe permitirá um digno sustento.
Trabalhar os conteúdos de forma procedimentar parece ser uma das alternativas de auxiliar os alunos no desenvolvimento das múltiplas competências, que hoje é tão exigidas pela sociedade, além é claro de ser a forma de desenvolver atitudes e mudanças de comportamentos nos alunos. É preciso selecionar o que pode ser descartado na lista de conteúdos, pois muitas vezes é repetido ano após ano sem trazer nenhum significado para o aluno.
O professor sem dúvida nenhuma tem uma grande missão, uma grande responsabilidade em suas mãos, já que ele precisa primeiramente ter um comprometimento com o que faz, sendo que ele instiga a consciência de seu aluno, fazendo-o despertar para que se torne um sujeito crítico, que consiga refletir sobre o meio em que vive, buscando melhorá-lo, encontrando suas necessidades a serem supridas, avançando para um futuro mais justo e consciente.
referêcias Bibliográficas :
FREIRE, Paulo : uma presença, uma experiência
SARTORI, Jerônimo e KRAHE: Conscientização com base em Paulo Freire
GIROUX, HENRY: Professores como intelectuais transformadores.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Olá Ceres!! Muito bom esse movimento que fazes, trazer a bibliografia para pensar os momentos de estágio. Abração!!