sábado, 14 de novembro de 2009

Saida de campo

[...] ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. A educação deve ser um ato coletivo, solidário – um ato de amor, não pode ser imposta. Educar é uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode ser nunca feita por um sujeito isolado [...] Há sempre educadores-educandos e educandos-educadores. De lado a lado se ensina. De lado a lado se aprende (BRANDÃO, 2006, p. 21-22).

Nossa educação sofreu e vem sofrendo mudanças bruscas no que diz respeito à socialização, embora tenhamos vivido em um passado de erros, onde se educava para o trabalho, onde apenas as partes privilegiadas da sociedade tinham o direito à educação, hoje rumamos em busca de uma “educação para todos”, onde: crianças, adultos, pobres e ricos, todas as raças, todas as crenças, enfim todo e qualquer cidadão tem o direito a educar-se e fazer a diferença dentro da sociedade em que vive.
Nossa pesquisa gerou em torno de entrevista de professores que trabalham com educação de jovens e adultos, identificou que o aluno jovem e adulto é aquele que busca uma segunda chance em estudar, que por algum motivo parou e agora busca nos estudos uma qualidade de vida melhor tanto intelectualmente como profissional. Geralmente este aluno tem uma baixa auto estima, são donas de casas, trabalhadores rurais e de serviços gerais, sem muitas oportunidades de vida, com salários inferiores, mas com muita experiência de vida e vontade de estudar.
A pesquisa demonstra que as diferenças culturais quando trabalhadas de forma positivas enriquecem o trabalho em sala de aula, mas do contrário pode até geral uma exclusão no ensino de EJA.
A pesquisa cita alguns elementos fundamentais para o sucesso na EJA como:
Valorização do conhecimento;
Respeito pelo ritmo de cada um;
Valorização das conquistas;
Amor;
Força de vontade;
Pesquisas e criatividade;
Simplicidade;
Conhecimento da realidade;
Amizade;
Interesse, participação, dedicação e cooperação.
Estes jovens e adultos demonstram uma linguagem mais simples, que traz muito de sua cultura, seus pensamentos normalmente obedecem ao comportamento que é uma reprodução da sociedade em geral com seus mecanismos, seguindo muito a mídia com um pensamento mais limitado.
Como diz o texto de Martha Kolh sua maior dificuldade está em decifrar a linguagem escolar, mais do que o conteúdo em si.
Outra grande dificuldade segundo a pesquisa é em assimilar o conteúdo e principalmente a vergonha por freqüentar a escola depois de adultos.

O trabalho com EJA, sem dúvida é uma conquista social e cidadã, onde pessoas encontram a dignidade, o direito a educação, mesmo que mais tarde, mas a encontram, pois nunca é tarde para se aprender. O ser humano vive em constante aprendizado, com ideais diferenciados, desde aprimorar conhecimentos, até mesmo aprimorar sua condição profissional, o respeito social e a confiança de viver em um mundo igual a todos. A educação de jovens e adultos teve muitos avanços em relação à legalidade, onde antes aprender era um desafio, hoje é um direito de todos, ainda que nem todos conquistem esse direito estamos caminhando para isso. Educadores como Paulo Freire, acreditara no passado, na educação cidadã, mesmo que muitos não acreditassem, hoje percebemos que este tipo de educação é o futuro, onde podemos verificar que educar e aprender é um processo constante, onde tudo devemos levar em conta, que experiência de vida é um dos mais importantes artefatos de aprendizagem e que se não levarmos isso, a nossa cultura, a nossa sociedade em si para sala de aula, não será um aprendizado completo. A alfabetização hoje além de um direito cidadão é uma forma de se conseguir a dignidade, de interagir na sociedade e se não respeitarmos esse direito é como não vivermos em sociedade com igualdade.


GIROUX, Henry. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In: FREIRE, Paulo e MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura da palavra, leitura do mundo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 1-27.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é método Paulo Freire. 27. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.
FREIRE, Paulo. A dialogicidade: essência da educação como prática de liberdade. In: Pedagogia do oprimido. 21. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. p. 77-120.
VIERO, Anézia. Educação de jovens e adultos e educação popular. Porto Alegre: UFRGS, 2009
Oliveira, Marta Kohl de Jovens e adultos como sujeitosde conhecimento e aprendizagem In:

3 comentários:

Melissa disse...

Ceres, uma dúvida:
no terceiro parágrafo tu colocou: "Nossa pesquisa gerou em torno de entrevista de professores que trabalham com educação de jovens e adultos, identificou que o aluno jovem e adulto é aquele que busca uma segunda chance em estudar, que por algum motivo parou e agora busca nos estudos uma qualidade de vida melhor tanto intelectualmente como profissional."
Você fez esta pesquisa? Quando? Com quem?
Ou é uma citação? Se é uma citação, pensa que esta adequadamente identificada e integrada ao teu texto?

Aguardo retorno
Beijos
Melissa

Ceres A. Hartz disse...

Melissa temos um grupo na interdisciplina de EJA e fizemos uma pesquisa com profesores que trabalham com EJA. e publiquei no meu blog algumas concluões que obtivemos. Abração

Melissa disse...

Ok,seria interessante explicar isto nesta postagem. Ficou um pouco confuso, concorda?!
Beijos
Melissa