domingo, 22 de junho de 2008

Propostas Pedagógicas e Projetos de Aprendizagem

Enfoque Temático V: Propostas pedagógicas e projetos de aprendizagem
Você considera como conteúdos, conhecimentos e organização curricular exclusivos para se ensinar e aprender estudos sociais a formulação EU, FAMÍLIA, BAIRRO, MUNICÍPIO, ESTADO...A partir deste questionamento elabore um texto reflexivo. O mesmo necessitará conter uma justificativa (que situe Estudos Sociais no currículo escolar, diga de sua importância – ou não), argumentação teórico – prática (que dialogue com autores estudados e com as práticas de sala-de-aula) considerações finais (que evidencie as aprendizagens do semestre) que contemplem aspectos considerados importantes para vocês acerca dos textos e site, das atividades propostas e realizadas durante o semestre e do processo do fazer-se professor de Estudos Sociais.

Concordo com o autor Antônio Castrogiovanni quando se menciona que a disciplina de Estudos Sociais precisa fazer parte do Currículo como elemento indispensável, que reflita o dia-a-dia do aluno, e não como mero cumprimento de normas da escola. É preciso primeiro que o próprio professor encontre sentido nos conteúdos que pretende ensinar. Se ele "ensina" só porque está no programa (e pergunta-se: que programa? Quem o fez? O livro didático o determinou?), melhor que nem tente ensinar.
Percebemos isso no dia-a -dia de muitas escolas onde os professores trabalham com conteúdos esvaziados de significado, trabalham por obrigação. Esses precisam ser substituídos por aqueles que auxiliam na construção do conhecimento pelo sujeito que aprende. Para tanto não se pode trabalhar dados, fatos isolados e datas de forma linear. É preciso sempre desafiar as crianças a estabelecer relações em situações vivenciadas a fim de que todo conteúdo tenha aplicabilidade na vida concreta, que ela faz parte de um grupo social.
Desde os primeiros anos de vida a criança já se encontra participando de um grupo social a família é um exemplo. No convívio familiar ela estabelece suas primeiras e fundamentais relações com as pessoas e o meio ambiente. Aprende desde as coisas mais simples a mais complexas, e tanto outros comportamentos básicos para sua vida em sociedade, a disciplina de Estudos Sociais está presente no cotidiano das crianças.
Minha turma do ano passado falávamos na rodinha do aniversário da escola, meu aluno levantou a mão e disse:_ Profe a escola é da diretora e das professoras! Fiquei espantada com sua afirmação, muitas vezes pensamos que as crianças sabem as coisas óbvias, porém elas as desconhecem. Mostrei a eles que a escola só existe porque eles estão ali, que quem faz parte da escola é todo grupo de pessoas, diretora, professoras, funcionárias, alunos, merendeiras, comunidade escolar. Descobrindo-se como alguém que tem história, que faz história, que atua na sociedade.
É preciso, também, que se pesquise mais sobre como a criança constrói as idéias e valores sobre as relações sociais que ela vive em seus grupos. "Ao se relacionar com os colegas da mesma turma, aos poucos, o aluno passa a se sentir enquanto grupo (ou não), vivendo tensões e conflitos, diferentes daqueles que estava acostumado em outros grupos aos quais também pertence. Constata, aos poucos, que na classe, na escola, assim como na sociedade, o que lhe parecia homogêneo, é também diferenciado.
A criança poderá constatar que faz parte e interage com diferentes grupos sociais, desde o grupo da mesma crença religiosa, passando pela turma do futebol, pelo grupo de parentes, até o grupo das brincadeiras da rua em frente de casa. Percebe, aos poucos, que existem diferentes papéis sociais a desempenhar, diferentes interesses e formas de organização.
Realizei com minha turma do ano passado turma de primeiro ano, no momento estava trabalhando o “eu e família”.Atividades : Reconstituição do Passado pela memória. Realizei um questionário prévio para ser preenchido pela família, dados do aluno, nome completo, data e local de nascimento, nome dos pais, dos avôs maternos e paternos, irmãos nomes, datas marcantes, quando falou a primeira palavra, engatinhou, caminhou, brinquedos e brincadeiras prediletas, quando começou a caminhar, travessuras, etc... Junto fotos desde o nascimento, com as respectivas datas. Em sala montamos individualmente a linha de tempo de cada aluno. Eles questionaram e comparavam as mudanças, tamanho, cabelo, entre outras mudanças. a)Realizamos um texto coletivo das nossas histórias; b)Gráfico das idades da turma; c)Convidamos a avô de uma aluna (Tais), para passar o dia conosco contar histórias de sua infância, e juntos fomos ao refeitório para fazer bolachas, foi um dia muito especial ,ouvimos histórias, cantamos, a vovó ensinou algumas brincadeiras, as cinco Marias, pé de lata, pinica, taco, pipa. Aprendemos que antigamente não era possível a compra de brinquedos, carrinhos e bonecas, as bonecas eram costuradas, feitas de pano. d)Registramos nosso dia através de um lindo desenho, e agradecemos a presença da avô da Tais. Foi uma maneira diferente de abordar o assunto, parti da própria realidade e identidade do meu aluno. A disciplina de Estudos Sociais se revigora como componente curricular, auxiliando a criança a compreender e explicar seu mundo.
Nem é preciso ressaltar o quanto a leitura e a escrita se tomam instrumentos essenciais neste momento, enquanto Estudos Sociais se revigora como componente curricular, auxiliando a criança a compreender e explicar seu mundo.
Se a noção de tempo e espaço fizer parte das preocupações do professor, no dia-a-dia de sua proposta pedagógica, é possível que a compreensão da criança, diante dos acontecimentos maiores, tome sentido real, e ela, hoje criança, mas já participante, passe a analisar os fatos, criticá-los e tomar posição. Outro item decorrente desta abordagem é quanto ao entendimento da História como algo próximo, construído por pessoas concretas, como nós. Qualquer situação vivida pelo grupo de alunos permite que se relacione com a totalidade mais abrangente. Assim, os alunos se percebem aos poucos como fazedores da História.
Gostaria de registrar uma das participações do fórum. Observei a turma de educação Infantil: Perguntei a ela como ela trabalha a noção de tempo em sua turma. Gostei muito da maneira como ela trabalha e gostaria de registrar sua rotina. Análise reflexiva Em vários momentos das aulas elas perguntam quando irão para a pracinha, se hoje irão à quadra e, principalmente, quando irão para a casa. As respostas que digo como: só amanhã, daqui a pouco ou outra expressão relativa ao tempo parece não ter sentido algum, pois em seguida, elas repetem a pergunta. Como promover o entendimento de tempo, sendo tão abstrato, para crianças de 5 anos? Então, pretendo analisar a contribuição da rotina, integrada aos cartões e o uso do calendário na construção temporal das crianças. Em meu estágio, introduzi os cartões de rotina pensando que serviriam apenas para marcar a ordem das atividades. Porém os cartões de rotina vão muito além. Segundo Spodek (1998, p. 136) “uma rotina diária determina horários para as atividades de cada dia. As crianças aprendem a antecipar eventos futuros através da regularidade das ocorrências diárias”. É nessa regularidade diária que as crianças se organizam e começam a compreender a organização das atividades distribuídas no tempo. Também, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil, 1998, volume 1, p. 73) propõe que “a rotina pode orientar as ações das crianças, assim como dos professores, possibilitando a antecipação das situações que irão acontecer”. E, para melhorar a antecipação das situações, surgem os cartões que ajudam as crianças a visualizar toda a rotina, mostrando, também, os eventos passados. Com isso as crianças começam a estabelecer relações de tempo: o que fizemos antes? O que vamos fazer agora? O que faremos depois? As respostas podem ser encontradas pelas próprias crianças através da visualização dos cartões. Para Aroeira, Soares e Mendes (1996, p. 135) “a rotina escolar é uma seqüência de atividades que visam a organização do tempo que a criança permanece na escola”. A criança também pode propor e questionar essa seqüência de atividades. Levando-se em conta as atividades com horários fixos como a higiene, a merenda e o recreio, por exemplo, as crianças podem decidir o momento de realizar as outras atividades propostas para o dia permitindo que elas fiquem mais participativas. A rotina pode variar em algumas atividades, mas há uma repetição de diversas situações como a hora da higiene e merenda, brinquedo livre e escovação. “A repetição de certos enquadres, de certas ações, de determinadas práticas dá estabilidade aos sujeitos. Saber que depois de determinada tarefa ocorrerá outra dá um certo sossego às pessoas, sejam elas grandes ou pequenas”. Unindo as idéias: se uma criança consegue antecipar as situações na escola ela ficará menos ansiosa e conseguirá aproveitar melhor todos os momentos. Ao observar o cartão de saída, ela saberá que retornará para casa permanecendo com mais tranqüilidade na escola. A rotina auxilia a criança a se localizar no tempo e os cartões de rotina facilitam essa aprendizagem, pois a rotina passa a ser visualizada pelas crianças e não fica apenas no conhecimento do professor. Outro instrumento que ajuda a criança a se localizar no tempo é o calendário. Para Aroeira, Soares e Mendes (1996, p. 104) “ajuda a perceber as convenções que representam o passar dos dias, semanas e meses”. Faz-se necessário ter um calendário expostos na sala e fazer sua leitura diariamente para que as crianças possam apropriar-se da forma convencional da representação do tempo. Tais situações de aprendizagem são muito importantes para desenvolver na criança de educação infantil a construção da localização espacial e as convenções da representação do tempo além de promover a participação nas escolhas e a freqüentar a escola com mais confiança.
Considerações finais

Ao ler e refletir sobre o ensino de Estudos Sociais, penso que devemos oferecer para os nossos alunos atividades que facilitem a compreensão do mundo que nos rodeia e suas características; instigar a procura de respostas às perguntas que a época atual nos apresenta e que nos levam sempre ao passado, a origem do processo que estamos observando e vivendo.
Sabemos que a criança vive as diferenças, tem noção das desigualdades, possui um referencial de mundo que, muitas vezes, faz misturar o mágico, o que gostaria que acontecesse e o real, o que precisa ser enfrentado. Cabe à escola, sem violentar o poder do imaginário infantil, auxiliar o aluno a, pouco a pouco, traduzir o cotidiano numa dimensão mais objetiva, buscando saídas possíveis entre a utopia e os pés no chão.
A criança sabe, sente que seus pais são trabalhadores que lutam pela sobrevivência, no dia-a-dia, que existe este mundo real, do trabalho (ou do não trabalho!) que condiciona tudo o mais. Como nos diz Miguel Arroyo ela sabe que "existe um mundo fora, que condiciona ter ou não ter uma casa boa, alimento e carinho, a brigar pela terra, enfrentar a polícia, fazer uma greve ou ser mandado embora do trabalho".
Tudo isso vem confirmar o quanto a vida, as histórias, o espaço, o mundo das relações sociais concretas se configura como o conteúdo imprescindível dos Estudos Sociais. Em se tratando das primeiras experiências de escolaridade, mais ainda cresce o desafio para o professor, pois ao trabalhar o cotidiano dos alunos, lida também concomitantemente com o individual e o coletivo. Justamente aí reside à necessidade de provocar a sistematização daquilo que, aparentemente, encontra-se disperso na mente infantil.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O saber e o sabor

Rubem Alves- As coisas que não são úteis, que não dão prazer elas desaparecem, só irá sobrar o que for realmente integrado com a vida.
A preocupação deve ser com o aluno, o conteúdo é apenas acessório ele é acidental, o essêncial na educação é a gente ser capaz de conversar e compreender uma situação que está sendo vivida, isso precisa mudar a cabeça dos professores.
A grande questão da educação não é o currículo, nem programa, LDB, as pessoas não se transformam por causa das leis, nos teremos uma educação transformada quando os professores olharem para os alunos de uma maneira diferente, ou seja os alunos são companheiros de uma grande maneira de aprender.
A transformação começa quando os professores querem aprender, não sendo os donos da verdade, é compartilhando informações que aprendemos.